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Em Pauta

Para o cérebro do bebê ampliar, leia os livros certos

Mário Sérgio Lorenzetto | 02/06/2019 09:05
Para o cérebro do bebê ampliar, leia os livros certos

Os pais estão ouvindo de diferentes profissionais da saúde e da educação que a leitura para seus filhos é fundamental para apoiar o desenvolvimento. A mensagem pró leitura está chegando aos pais, que reconhecem que é um hábito importante. Um relatório afirmava que 55% das crianças de três a cinco anos de idade tinham leituras em suas vidas todos os dias. O que este conselho, sempre presente, para ler com crianças não deixa claro, porém, é que o que está nas páginas pode ser tão importante quanto a própria experiência de leitura de livros. Todos os livros são iguais? É importante o que você escolhe para ler? Até que ponto a leitura compartilhada com os bebês é importante para o desenvolvimento cerebral e comportamental?

Para o cérebro do bebê ampliar, leia os livros certos

O que há na estante do bebê?

Os cientistas veem benefícios claros na leitura de livros compartilhados entre pais e bebês. A leitura compartilhada é importante para o desenvolvimento linguístico e cognitivo. Aumenta as habilidades do vocabulário e aprimora o desenvolvimento dos conceitos. Também aumenta a qualidade do relacionamento de pais e bebês ao estimular interações recíprocas - a "dança" de ida e volta entre pais e filhos. Certamente, não menos importante, dá aos bebê e pais um tempo diário consistente de aconchego.
Uma pesquisa recente descobriu que tanto a qualidade quanto a quantidade de leitura de livros compartilhados na infância eram a grande prévia para a futura habilidade de leitura e capacidade de escrever palavras e frases. Em outras palavras - quanto mais livros os pais lerem com seus filhos, e quanto mais tempo eles passarem lendo, maiores serão os benefícios na escola.

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Livros com rostos de bebês e objetos.

Mas todos os livros são iguais para os bebês? Quais livros devem ler? A pesquisa da Universidade da Flórida mediu os livros a serem lidos. Eles seguiram as crianças à partir do segundo semestre de vida. Descobriram que, quando os pais exibem livros com rostos de bebês ou objetos que receberam nomes individuais, aprendem mais, generalizam o que aprendem em situações novas e mostram respostas cerebrais mais especializadas. Isto entra em franco contraste com livros para bebês sem rótulos ou livros com o mesmo rótulo genérico em cada imagem de suas páginas.

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Como foi feita a pesquisa da Califórnia?

Levaram bebês de seis meses para um laboratório. A ideia era medir a atenção que davam a personagens da história que nunca tinham visto antes, usaram eletro-encefalografia para medir suas respostas cerebrais. Os bebês usaram uma rede com 128 sensores. Permitiam medir a eletricidade naturalmente emitida pelo couro cabeludo à medida que o cérebro funciona. Também mediram a atenção às imagens que passavam na tela de um computador. Essas medições informam sobre o que os bebês sabem e se eles podem "dizer" sobre as personagens que foram mostradas. Usaram o rastreamento do olhar dos bebês com a tecnologia de rastreamento ocular para ver em que parte dos personagens eles se concentraram e por quanto tempo prestaram atenção. E enviaram as crianças para suas casas divididas em três grupos. O primeiro levava livros que continham seis personagens individualmente nomeados. O segundo grupo levou livros com personagens sem nome ou o mesmo nome para todos. Finalmente, o terceiro grupo não levou livros.

Para o cérebro do bebê ampliar, leia os livros certos
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Três meses depois....

Depois de três meses, as famílias voltaram ao laboratório para medir a atenção dos bebês aos personagens. Descobriram que apenas aqueles que havia recebido livros com personagens individualmente nomeados mostraram maior atenção em comparação com os testes realizados anteriormente. Também mostrou que essas crianças já tinham atividade cerebral que lhes permitiam distinguir entre diferentes caracteres individuais.
Já não há dúvida, é fundamental saber escolher os livros para os bebês. Também passaram a poder comprovar que livros que os pais leem com seus filhos de seis a nove meses não podem ser os mesmos que são lidos com as crianças de dois anos. É importante ler livros certos no momento certo.

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