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Economia

Babás encarecem e pais recorrem à escola integral que tem fila de espera

Aliny Mary Dias | 16/02/2014 09:57
Berçário e maternal que funcionam em tempo integral estão lotados  (Foto: Cleber Gellio)
Berçário e maternal que funcionam em tempo integral estão lotados (Foto: Cleber Gellio)

Em vigor desde o ano passado, a lei que regulamenta o trabalho dos empregados domésticos trouxe benefícios ao trabalhador e mais custos aos empregadores. Com a nova realidade, muitos pais recorrem aos colégios de tempo integral ao invés de babás. A economia é o principal motivo da procura que já gera até fila de espera em algumas instituições.

Segundo a regulamentação, o salário de cada trabalhador varia conforme o piso de cada Estado. Em algumas regiões do país, o valor chega a R$ 914,82 mensais. Além disso, os patrões precisam pagar horas extras, adicionais noturnos e respeitar intervalos.

Com todas as novas regras, o valor para manter uma babá, por exemplo, subiu e muitos pais partiram para escolas de tempo integral. A assistente social Suelen Cristina Menezes, de 29 anos, foi uma delas. Desde o ano passado, o casal de filhos de 6 e 3 anos fica o dia todo na escola.

“Desde que eles nasceram eu tive babás porque precisava trabalhar. Mas cheguei a ter problemas como uma babá que machucou minha filha, então contratei até minha sogra para cuidar deles, mas ficou muito caro e decidimos colocá-los na escola”, conta Suelen.

Atualmente, a mãe gasta cerca de R$ 1,5 mil com a matrícula das crianças na escola localizada no bairro Coronel Antonino. Além de economizar com o salário da profissional, a assistente social gasta menos com comida.

“Eles almoçam na escolinha, então eu não preciso nem mandar lanche, porque eles têm essas refeições lá. Caiu nosso gasto com as compras do mês também”, lembra a mãe.

Diretor de colégio explica que instituição tem fila de espera para 2015 (Foto: Cleber Gellio)
Diretor de colégio explica que instituição tem fila de espera para 2015 (Foto: Cleber Gellio)

Fila de espera – No Colégio Adventista, na unidade do Jardim dos Estados, o sistema de permanência integral dos alunos do berçário e maternal começou a ser implantado no ano passado.

Arnaldo Balog Junior é diretor da instituição e afirma que a procura aumentou depois da regulamentação da nova lei dos trabalhadores domésticos que hoje a escola tem fila de espera para 2015.

“Nós temos uma lotação máxima hoje, tenho uma fila de espera de 12 pais que até ficam chateados com a gente, mas nós não podemos matricular mais alunos do que nossa estrutura”, explica.

As crianças que estudam no período integral têm de 2 a 5 anos e ficam das 7 horas às 18 horas no colégio, o valor da mensalidade custa em média R$ 950. Para atender a nova demanda, a instituição precisou fazer mudanças na estrutura, instalar banheiros especiais e ter um espaço para a diversão dos pequenos.

“Eles ficam o dia todo na escola e por isso a atenção é maior. Temos aulas lúdicas, musicalização, inglês e brincadeiras fora da sala. Temos um investimento em pessoal também, precisamos de professores auxiliares e tutores”, conta o diretor.

Outra escola que também trabalha com a lotação máxima quando o assunto é período integral é a Estação da Criança, localizada no bairro Coronel Antonino. A instituição tem 200 alunos matriculados atualmente e a diretora conta que viu a procura dos pais se multiplicar este ano.

"Aumentou muito mesmo, nós temos período integral desde 2006, mas esse ano foi surpreendente. Nunca tínhamos precisado recusar alunos, mas dessa vez não teve jeito. O principal motivo é que a escola ficou mais barata que uma babá", explica Camila Vieira.

Na escola, os pequenos de 1 a 6 anos entram às 6h40 e saem a partir das 5 horas. Em um dos períodos, as crianças fazem as atividades em sala, mas em outro as recreações são dirigidas e professores auxiliares atuam no trabalho.

Legislação - De acordo com o chefe da fiscalização do MTE/MS (Ministério do Trabalho e Emprego), Leif Naas, ainda não há um levantamento de quantos profissionais domésticos se regularizaram e trabalham com carteira assinada.

A situação ocorre, segundo o chefe, porque os empregadores ainda não são obrigados a fazer o registro comum dos funcionários. "As estatísticas ainda não saíram, porque mesmo com a emenda constitucional aprovada, alguns pontos precisam de regulamentação", completa.

Pequenos passam o dia na escola e saem às 18 horas (Foto: Cleber Gellio)
Pequenos passam o dia na escola e saem às 18 horas (Foto: Cleber Gellio)
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