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Pandemia mudou o mundo, mas não deve tornar as pessoas melhores

Numa enquete realizada pelo Campo Grande News, 66% dos leitores acreditam que ninguém ficará bonzinho da noite para o dia

Alana Portela | 02/08/2020 07:30
Em tempos de pandemia, tem gente que aproveita para refletir sobre o futuro. (Foto: Silas Lima)
Em tempos de pandemia, tem gente que aproveita para refletir sobre o futuro. (Foto: Silas Lima)

Que a pandemia do coronavírus está transformando o mundo isso não é novidade, mas será que nos tornaremos pessoas melhores depois que tudo passar? Para 66% dos leitores do Campo Grande News, o vírus pode até assustar, porém, dificilmente mudará o comportamento da população para melhor.

O dado foi obtido através de uma enquete realizada ontem pelo site, no qual mais da metade dos votos, até às 16h, apontou que os leitores não acreditam que a população irá melhorar após esse período turbulento. Por outro lado, 34% dos votantes não perdem as esperanças e são positivos quanto ao cenário.

O resultado da enquete mostra que 66% votaram não ao questionamento. 
O resultado da enquete mostra que 66% votaram não ao questionamento.

São tantas coisas acontecendo de uma só vez, escolas fechadas, comércios com horário determinado para funcionar, lockdown, toque de recolher, fique em casa e quando você se dá conta, quase seis meses já se passaram desde que o vírus se espalhou pela Capital.

Isolada e de máscara, Aline Ferreira é sincera ao falar sobre mudanças. (Foto: Arquivo pessoal)
Isolada e de máscara, Aline Ferreira é sincera ao falar sobre mudanças. (Foto: Arquivo pessoal)

Toda essa situação está mexendo com o psicológico das pessoas, que isoladas em casa, passaram a refletir sobre o futuro. “Sairemos melhores? Precisávamos, mas não consigo visualizar grandes mudanças. As desigualdades e os preconceitos da sociedade foram ressaltados pelos impactos da pandemia, mas sempre existiram. Então, não dá para esperar uma mudança total”, responde a servidora pública, Aline Ferreira de Campos.

Aos 33 anos, ela expressa sua opinião através de questionamentos. “Será que teremos mais senso de união? De solidariedade? Diminuição do excesso do consumismo, do ter. Será que seremos mais caridosos? Gostaria de ter uma resposta positiva para todas as perguntas. Mas, acredito que apenas uma parcela da população internalizará essas mudanças”.

Para Aline, mesmo em meio ao caos, muitos não pensam no coletivo e fazem aglomerações para ter lazer. “As aglomerações e consequentemente o aumento de casos e mortes, prejudicam o setor comercial, de bares, festas, entretenimento. Se houvesse respeito ao distanciamento e aos protocolos de segurança, talvez [o setor] pudesse funcionar e garantir o sustento de tantas famílias que dependem disso”.

“Se as regras fossem seguidas já estaríamos em situação melhor. O problema é o jeitinho. E cada vez mais, caminhamos para o colapso. Nem o risco de morte conscientiza. Então, infelizmente, muitos não sairão melhores”, destaca Aline Ferreira.

Sarah Muricy também comenta sobre o tema. (Foto: Arquivo pessoal)
Sarah Muricy também comenta sobre o tema. (Foto: Arquivo pessoal)

Sarah Muricy tem 29 anos, é professora e também acredita que não haverá mudanças.

“Eu acho que a pandemia não está revelando bondades. As pessoas demonstram a cada dia que não adquiriram consciência coletiva nem empatia”, frisa Sarah.

A professora ainda declara que o problema não transforma quem não está propício a mudanças. “A pandemia não está melhorando ninguém além de quem já não precisava de uma situação dessa para ser bom”.

Já Aline Herrero pensa que o isolamento social pode afastar ainda mais as pessoas.

“Acho que sairemos com medo de nos relacionar, de abraçar e estar perto. Tipo cão acuado após traumas”, diz Aline.

Aline Herrero e o filho Otto olhando a cidade pela janela. (Foto: Arquivo pessoal)
Aline Herrero e o filho Otto olhando a cidade pela janela. (Foto: Arquivo pessoal)
Daniele Bringel é positiva. (Foto: Arquivo pessoal)
Daniele Bringel é positiva. (Foto: Arquivo pessoal)

Aos 27 anos, ela é a doutoranda em Química pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), que depois da turbulência da pandemia, só quer aproveitar a família. “Sendo sincera, tenho em mente aproveitar todos os meus amigos e familiares”, destaca.

Positivos – Apesar da enquete apontar que a maioria não acredita na transformação, ainda existem aqueles que não perdem a esperança e preferem pensar positivo, como a professora Daniele Bringel, 25 anos.

João Pedro Ajala acredita que o cenário transforma. (Foto: Arquivo pessoal)
João Pedro Ajala acredita que o cenário transforma. (Foto: Arquivo pessoal)

“Imagino que essa pandemia acontece para nos aproximar de Deus porque muitas pessoas se voltam para ele, buscam alternativas, um escape para o encontrar. Nesses momentos de dificuldades, a gente se aproxima mais da fé, muitos e das famílias”, diz.

O auxiliar administrativo, João Pedro Ajala, 27 anos, também está confiante quanto às mudanças.

“Serão mais carismáticas. Existem pessoas que gostam de ter o contato com a outra, abraçar. Tem os que perderam seus entes queridos. Acredito que algumas pessoas serão melhores por conta dessas situações”, destaca João.

O questionamento divide opiniões, mas o fato é que nada é certo e ninguém sabe o dia de amanhã. Mas, e você? No que acredita ou quer acreditar?

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