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Lado B

Único cinema fora de shopping sobrevive com clientes fiéis

Ângela Kempfer e Anny Malagolini | 02/10/2012 13:29
Para o guarda municipal Rene Mendes, 33 anos, e a filha Violeta de Lima Mendes, de 12 anos, está bom assim.
Para o guarda municipal Rene Mendes, 33 anos, e a filha Violeta de Lima Mendes, de 12 anos, está bom assim.

Há 4 anos não há qualquer investimento no Cine Campo Grande, o mais antigo em funcionamento na cidade e também o único fora dos Shopping Centers. Há boatos de que os proprietários querem vender o lugar, para infelicidade de quem não consegue pagar quase o dobro para freqüentar outras salas de exibição.

No cinema da rua 15 de Novembro, não há exibições em 3D, a opção para acompanhar o filme é só pipoca e refrigerante, mas todos pagam no máximo 10 reais pelo ingresso, quando não têm carteirinha para meia entrada.

Para quem é tradicional, ainda é possível ouvir o barulhinho da máquina de projeção. As poltronas foram trocadas há 4 anos, o último gasto em campo Grande do grupo Araújo, dono da rede nacional de cinemas, com salas em oito estados (São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Acre).

Lá fora, há estrutura Max Screen, Multiplex, Stadium e 3D. Até ali em Dourados, onde o cinema está no shopping da cidade, o grupo investe em manutenção e tecnologia de 4 salas.

Por aqui, a imagem é completamente diferente, tudo tem aspecto antigo, ultrapassado, incluindo cartazes ainda em exposição, de filmes que há muito tempo saíram de cena.

Os funcionários garantem que o Cine Campo Grande "se paga" e que ainda garante um pequeno lucro ao proprietário.

Na última sexta-feira, na primeira sessão da noite de Os Mercenários 2, só a repórter do Lado B e um casal ocupavam as poltronas.

Mesmo assim, o Cine Campo Grande continua como única opção para a vendedora Silvana Aparecida Golçaves, 35 anos. O valor do ingresso compensa até a vizinhança perigosa. “Na outra quadra é cheio de drogados e garotas de programa, é um local perigoso, e isso poderia ser diferente, Não me causa medo, mas talvez afaste o público”.

O coitado tem muitas vantagens, apesar de há tempos não apresentar boas novidades na programação. Além de ser um espaço de cultura que resiste aos grandes grupos internacionais, pratica preços bem mais barato que os 18 reais da concorrência, não tem filas, não explora valores surreais na lanchonete, não cobra estacionamento. “E mais barato e vazio”, reforça a estudante Juliana Alves, de 20 anos.

Para o guarda municipal Rene Mendes, 33 anos, e a filha Violeta de Lima Mendes, de 12 anos, está bom assim. ”Venho pelo menos 2 vezes ao mês.”

Dia de sessão vazia no Cine Campo Grande
Dia de sessão vazia no Cine Campo Grande
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