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Não é frescura: pet sozinho por muito tempo pode ter depressão

Especialista explica que animais podem desenvolver problemas emocionais reais e às vezes graves

Por Clayton Neves | 28/11/2025 06:40
Não é frescura: pet sozinho por muito tempo pode ter depressão
Cães são animais sociais e dependem muito do contato com o tutor. (Foto: Clayton Neves)

Ficar algumas horas longe de casa faz parte da rotina de muita gente, mas, para cães e gatos, o silêncio que fica depois que o tutor fecha a porta nem sempre é tranquilo: deixar os pets sozinhos por muito tempo pode virar um problema emocional. Segundo o médico-veterinário Antonio Defanti Junior, os animais podem desenvolver problemas emocionais reais e, às vezes, graves, quando passam longos períodos sozinhos.

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A solidão prolongada pode desencadear problemas emocionais sérios em animais de estimação, incluindo ansiedade, estresse e depressão. Segundo o médico-veterinário Antonio Defanti Junior, cães adultos podem tolerar entre 4 e 6 horas sozinhos, enquanto filhotes não devem ultrapassar 3 horas sem supervisão.Contrariando o senso comum, gatos também sofrem com o isolamento. Embora possam ficar sozinhos por até 48 horas com provisões adequadas, o recomendado é não ultrapassar 24 horas. Especialistas sugerem alternativas como creches, day care e pet sitters para garantir o bem-estar dos animais durante a ausência dos tutores.

“Cães são animais sociais e dependem muito do contato com o tutor”, explica o especialista da Clínica Veterinária Bourgelat. Segundo ele, isso significa que a ausência prolongada não causa apenas saudade, mas pode desencadear ansiedade, estresse e até depressão canina.

Entre os sinais mais comuns, o veterinário cita “latidos, uivos, destruição de objetos, automutilação, xixi pela casa e até vômitos”. Em casos mais profundos, o pet pode apresentar apatia, perda de interesse em brincadeiras, alterações no sono e no apetite, além de comportamentos compulsivos, como lamber as patas ou correr atrás do rabo.

Mas, afinal, quanto tempo um cão aguenta ficar sozinho?

Não é frescura: pet sozinho por muito tempo pode ter depressão
Ausência prolongada não causa apenas saudade, mas pode desencadear ansiedade, estresse e até depressão canina.

A resposta não é única, mas o veterinário aponta referências:

Adultos equilibrados: ideal entre 4 e 6 horas. Oito horas podem ser toleráveis, mas já no limite.

Filhotes: no máximo 2 a 3 horas, porque exigem supervisão constante e companhia para um desenvolvimento saudável.

Idosos: ainda menos tempo, pois demandam mais suporte físico e emocional.

E os gatos? Eles realmente “não ligam”?

A ideia de que gatos são totalmente independentes não passa de mito. “A gente acha que gato não liga, mas isso não é verdade. Gatos são independentes, mas não são indiferentes”, afirma Antonio.

Quando ficam sozinhos por muito tempo, eles podem apresentar estresse por tédio ou falta de controle do ambiente; comer demais ou parar de comer, “ambos perigosos”, alerta o veterinário.

Não é frescura: pet sozinho por muito tempo pode ter depressão
Ideia de que gatos são totalmente independentes não passa de mito. (Foto: Kamila Alcântara)

Também podem ocorrer episódios de agitação noturna, miados altos e comportamentos destrutivos, além de doenças relacionadas ao estresse, como a cistite idiopática felina, que é bastante comum.

Gatos adultos bem adaptados podem ficar sozinhos de 24 a 48 horas, mas somente se tudo estiver perfeito, com água fresca, comida suficiente, caixa limpa e ambiente seguro.

Emocionalmente, porém, o ideal é não ultrapassar 12 a 24 horas, principalmente no caso de gatos ansiosos ou muito apegados.

Filhotes: entre 3 e 6 horas.

Idosos: evitar longos períodos sozinhos.

O veterinário Antonio Defanti explica que vários fatores pesam na definição do impacto emocional dos pets. “Existem cães e gatos muito independentes e outros extremamente dependentes”, pontua.

Dentro de cada particularidade, alguns detalhes interferem no comportamento:

Rotina previsível: animais com horários estáveis tendem a se estressar menos.

Enriquecimento ambiental: brinquedos, arranhadores, janelas para observar o ambiente, esconderijos e pet food puzzles fazem muita diferença.

Gasto de energia: “Um cão que faz passeio antes de ficar sozinho tolera melhor ficar sem o tutor.”

Experiência prévia: pets acostumados de forma gradual sofrem menos, embora isso não torne a situação ideal.

Com a rotina cada vez mais corrida, muitas famílias recorrem a soluções profissionais que ajudam a manter o bem-estar dos animais. “Existem creches, day care, pet sitter, dog walker. Isso contribui muito para o bem-estar dos pets”, reforça o médico veterinário.

No fim, a mensagem é de que cães e gatos podem até ficar sozinhos, mas não nasceram para isso. Quanto mais o tutor entende seus limites e necessidades, mais saudável  e feliz será a vida do pet.

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