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Política

Atraso de salários causa polêmica e oposição volta a falar na cassação de Bernal

Jéssica Benitez | 29/08/2013 13:08
Funcionários vão à Câmara reclamar salários atrasados (Foto: Cleber Gellio)
Funcionários vão à Câmara reclamar salários atrasados (Foto: Cleber Gellio)

A falta de pagamento a 43 facilitadores de programas sociais do município foi "prato cheio" para os vereadores da oposição reforçarem tese de cassação do prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP). Os funcionários, que trabalham desde abril em parceria com a prefeitura, vão para o segundo mês sem receber e foram, nesta manhã, protestar na Câmara Municipal.

A informação inicial era a de que o salário estava atrasado porque os vereadores não permitiram suplementação de verba por parte do Executivo. O fato deixou o presidente da Casa de Leis, vereador Mario Cesar (PMDB), indignado. O peemedebista foi à tribuna para esclarecer o mal entendido.

“Mais uma vez o prefeito disse que somos culpados por problema do Executivo. Desta vez o não pagamento desses trabalhadores é culpa nossa, mas tudo é por falta de planejamento dele. Se o contrato é de um ano, ele teria que saber que precisaria de suplementação”, discursou.

Em seguida, ele fez referência ao relatório que será entregue pela CPI do Calote que, conforme o relator Elizeu Dionízio (PSL), pedirá a abertura de Comissão Processante para cassar Bernal. “Se relatório for contundente quero ver qual vereador não vai votar porque aqui, ao contrário do Congresso Nacional, o voto é aberto. O prefeito passou dos limites, esta dando calote mais uma vez”, esbravejou.

A citação do relatório foi suficiente para encorajar outros parlamentares a falar sobre cassação. Paulo Siufi (PMDB) não poupou adjetivos negativos para falar do chefe do Executivo chegando a chamá-lo de burro. “Ele parece que é burro, não entende nada. Ele é um equívoco político, um acidente de percurso e vai queimar no mármore do inferno pelo que está fazendo. Ele é um fascista, um perseguidor político que dá as costas para o Legislativo”, disse.

Carla Stephanini (PMDB) aproveitou para engrossar o discurso do companheiro de partido. “E o povo espera correção desse equívoco político”, referindo-se à cassação de Bernal. Otávio Trad (PTdoB), que é integrante da CPI do Calote, foi mais incisivo. “Doa a quem doer vão te engolir esse relatório”. Os vereadores Chiquinho Telles (PSD), Flávio César (PTdoB) e Airton Saraiva (DEM), também se manifestaram contra o chefe do Executivo.

Presidente da Comissão Permanente de Finanças, Grazielle Machado (PR), disse que a Câmara não ficará submissa à espera do relatório do TCE/MS (Tribunal de Contas do Estado) que dará parecer se o prefeito fez suplementação irregularmente ou não. “Não vamos ficar a espera do Tribunal, vamos a outros órgãos”, disse.

Os únicos da base aliada a Bernal a defendê-lo foram Luiza Ribeiro (PPS) e Marcos Alex (PT). “Ninguém vai engolir relatório nenhum, vamos discuti-lo democraticamente nesta Casa. Quem está acostumado com a ditadura tem voz autoritária, mas a democracia já venceu a ditadura”, pronunciou Luiza que foi interrompida por parte dos vereadores da oposição e não conseguiu mais falar naquele momento. “Os senhores não conseguem ouvir uma voz contrária”.

Alex, que também faz parte da CPI do Calote, desqualificou o tal relatório e o trabalho da comissão. “Esse não é o comportamento de uma CPI, isso é ridículo, infantil e irresponsável. É só comparar o nível das duas CPIs (Saúde e Calote) para ver. A Câmara vai pagar o preço dessas falhas”, sentenciou.

Resolução – Para resolver o problema da falta de pagamento dos 43 trabalhadores, Marcos Alex sugeriu que depois da sessão de hoje todos fossem conversar com o secretário Municipal de Planejamento e Finanças, Wandeley Ben Hur. No entanto, Mario antecipou que já havia cogitado uma resolução.

“Liguei para secretária de Assistência Social Thaís Helena, ela está em Brasília e pediu para eu dispensar essas pessoas e encaminhá-las à pasta dela, mas não vou fazer isso. Liguei para secretaria de planejamento e eles me informaram que na terça-feira o projeto para autorização de suplementação virá para cá”, esclareceu.

A vereadora Rose Modesto (PSDB) foi a primeira a ouvir a reclamação do atraso salarial. Antes de iniciar a sessão, a tucana ligou para Thais Helena (PT) e também recebeu a informação de que a petista está em Brasília. Rose se colocou à disposição dos trabalhadores e afirmou que irá atrás do que está ocorrendo.

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