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Política

Conduta de Moro como juiz é tema de debate entre deputados na Assembleia

Há quem defenda o ministro da Justiça e quem considere como criminosa a forma como agiu o magistrado

Anahi Zurutuza e Leonardo Rocha | 11/06/2019 12:46
No microfone, Pedro Kemp puxou debate sobre conduta de Moro (Foto: Leonardo Rocha)
No microfone, Pedro Kemp puxou debate sobre conduta de Moro (Foto: Leonardo Rocha)

A conduta do ex-juiz federal Sérgio Moro enquanto atuava na Operação Lava Jato foi tema de debate entre deputados na Assembleia Legislativa. Há quem defenda o ministro da Justiça e quem considere como criminosa a forma como agiu o magistrado, que recebia as denúncias feitas pelo Ministério Público Federal no âmbito da operação histórica.

Pedro Kemp (PT) foi o primeiro a usar a tribuna para comentar o conteúdo das conversar entre Moro e procuradores, dentre eles Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa. Segundo o parlamentar, o assunto estava entalado na garganta dele e da militância.

“As conversas só provam que Lava Jato foi um conjunto de mentiras, conduzida por organização criminosa, seletiva nas investigações, e provam que o Lula é um preso político. Eles combinavam as investigações com interesses políticos. Um juiz sendo acusador e orientando processos. É um juiz porcaria e partidário”, disse o deputado.

O coro de críticas a Moro foi reforçado por Jamilson Name (PDT). O parlamentar também entendeu que os diálogos evidenciam interesses políticos nas decisões da Lava Jato. “Um postura completamente irregular do Ministério Público e do Judiciário. Essa postura tem de ser revista”.

Na defesa de Moro, saiu o deputado João Henrique Catan (PR). Advogado, ele disse que ao ler as conversas não encontrou nada que mostra que o juiz protegeu algum político ou quis levar vantagem nas investigações. “Pelo contrário, a intenção foi sempre prosseguir com as investigações e acabar com a corrupção. Em nenhum momento ele quis esconder dólar na cueca. É natural que houvesse esse diálogo entre o MP e o juiz. A intenção era combater a criminalidade, não havia ali defesa de interesses pessoais”.

Carlos Alberto David dos Santos, representante do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia, também defendeu o ministro. “Quando foi divulgada com autorização a conversa da Dilma com o Lula, os petistas se colocaram contra aquilo, dizendo que era um crime. Esse foi um vazamento criminoso, feito por um hacker, sem autorização e ninguém fala sobre isso”.

Deputado João Henrique Catan (Foto: Leonardo Rocha)
Deputado João Henrique Catan (Foto: Leonardo Rocha)

Kemp também falou sobre o diálogo entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Já que quando vazou, ele [Sérgio Moro] disse que o importante era o conteúdo, que agora seja dessa forma também”, afirmou o deputando, defendendo que todas as sentenças resultantes da Lava Jato contra Lula sejam anuladas.

Name complementou o raciocínio com uma ponderação. “Se o juiz tivesse esses diálogos com o advogado do Lula, seria visto como algo positivo?”.

Vazamento - Uma série de reportagens publicadas no dia 9 pelo site "The Intercept Brasil" mostra que o ex-juiz federal orientou as investigações da operação Lava Jato em Curitiba por meio de mensagens trocadas pelo aplicativo Telegram com Dallagnol.

Nas conversas, Moro sugere que o procurador trocasse a ordem de fases da Lava Jato, para não ficar "muito tempo sem operação", deu conselhos e pistas informais de investigação e antecipou uma decisão que ele ainda não havia tornado pública.

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