ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
OUTUBRO, SEXTA  11    CAMPO GRANDE 25º

Política

CPI conclui que Gisa não funciona na Capital e está cheio de irregularidades

Zemil Rocha e Zana Zaidan | 02/12/2013 18:11
Presidente da CPI vê "incapacidade" na empresa contratada (Foto: Marcos Ermínio)
Presidente da CPI vê "incapacidade" na empresa contratada (Foto: Marcos Ermínio)

A CPI da Saúde da Assembleia Legislativa do Estado concluiu, em seu relatório final, que o Gisa (Gerenciamento de Informações em Saúde), contratado em 2008, por R$ 10 milhões, não funciona e está cheio de irregularidades. “O Gisa não funciona em hipótese alguma”, afirmou o relator da CPI, deputado Junior Mochi (PMDB). O relatório final do foi aprovado pelo relator da CPI, Amarildo Cruz (PT), que deu voto em separado discordando apenas sobre a necessidade indiciar 8 nomes envolvidos na implantação do Gisa, além do ex-diretor do HU (Hospital Universitário), José Carlos Dorsa, e de Adalberto Siufi, ex-proprietário da Neorad.

Nunca colocado em prática no sistema municipal de saúde de Campo Grande, o Gisa deveria ter 12 módulos em funcionamento, mas apenas quatro foram efetivamente implantados e mesmo assim insatisfatoriamente.

Moch disse que todos os serviços previstos no contrato entre Telemídia e a Prefeitura não estão funcionando, apesar do secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca, e o presidente do Instituto Municipal de Tecnologia e Informática terem garantido, durante depoimento à CPI, que o Gisa estava atendendo à demanda. “A CPI conclui que o Gisa não atende”, declarou o parlamentar.

Em nota, o ex-prefeito Nelsinho Trad, secretário estadual de Articulação com os Municípios, também ressaltou que o programa funciona. Na Capital, 28 postos de saúde estão em condições de agendar consultas por meio do programa. O projeto só não avançou porque a atual administração não tem interesse em dar continuidade.

Os deputados da CPI da Saúde constataram que o agendamento de consultas, uma das principais motivações para o contrato do Gisa, não funciona. O treinamento do pessoal que ficaria responsável pelo controle do sistema “não foi feita de forma adequada”, conforme o presidente da CPI.

Há suspeitas de irregularidades quanto à capacidade da empresa Telemídia de prestar os serviços a que se propôs. Um dos motivos é a demora na implantação do sistema. “O contrato inicial previa 12 meses para implantação, mas já foi prorrogado para 48 meses e mesmo assim não é plenamente oferecido, o que só comprova a incapacidade da empresa”, disse Amarildo.

Os dados levantados pela CPI sobre a licitação e execução do Gisa serão encaminhado para o Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público Estadual (MPE) para a apuração de eventuais responsabilidades civis e criminais.

Nos siga no Google Notícias