Simone Tebet avalia trocar MS por SP para disputar o Senado
Ministra do Planejamento já recebeu recado que se continuar com Lula terá de sair do MDB para concorrer em MS
A ministra Simone Tebet (MDB), é cortejada por lideranças do PT paulista para avaliar uma candidatura ao Senado por São Paulo em 2026. O ensaio ganhou força depois de conversas reservadas que envolveram nomes do primeiro escalão do governo, como os ministros Fernando Haddad e Márcio França, ambos cotados para as principais chapas no maior colégio eleitoral do País.
RESUMO
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O Partido dos Trabalhadores (PT) está articulando a candidatura da ministra Simone Tebet (MDB) ao Senado por São Paulo nas eleições de 2026. A movimentação ganhou força após conversas com ministros do governo, como Fernando Haddad e Márcio França, que veem na senadora licenciada um potencial voto de centro para ampliar a frente antibolsonarista. A possível candidatura enfrenta resistência no MDB sul-mato-grossense, onde 90% da militância rejeita aliança com o PT. Tebet, que obteve 1,6 milhão de votos em São Paulo na eleição presidencial de 2022, evita confirmar planos eleitorais, mas demonstra simpatia pela ideia, considerando que a "batalha" decisiva será pelo Senado, onde o governo não possui maioria confortável.
Embora sul‑mato‑grossense, o apoio dela a Lula pode comprometer a disputa pelo cargo como representante do Estado. Na eleição presidencial de 2022, quando concorreu à Presidência, ela conquistou 1,6 milhão de votos no estado (6,3 % do total), desempenho que atraiu a atenção de articuladores petistas que enxergam na senadora licenciada um “voto de centro” capaz de ampliar a frente antibolsonarista no Senado.
A mudança para São Paulo não seria apenas uma decisão estratégica, mas também um reflexo dos fortes laços pessoais que a ministra mantém com o estado. Duas de suas filhas residem na capital paulista, e Tebet possui propriedades no litoral, onde costuma passar boa parte de seu tempo livre. Essa conexão pessoal pode facilitar a adaptação e o enraizamento de uma campanha em um novo território.
No desenho em discussão, o PT quer formar um trio competitivo para 2026: candidato ou candidata ao Palácio dos Bandeirantes e as duas vagas de senador. Os cenários giram em torno de Haddad, Geraldo Alckmin e Márcio França, combinados com Tebet. A ministra, segundo reportagem do Jornal Folha de São Paulo, vê a ideia com simpatia: acredita que a “batalha” decisiva será pelo Senado, onde o governo hoje não tem maioria confortável.
Recentemente, o ex‑governador André Puccinelli, maior liderança do MDB em Mato Grosso do Sul, foi direto: se Tebet quiser apoiar Lula em 2026, “que mude de partido”. Segundo ele, 90 % da militância local rejeita aliança com o PT, adversário histórico do MDB no Estado.
Deputados como Júnior Mochi, Renato Câmara e Márcio Fernandes repetem o recado: o partido caminha para uma federação com PSDB e Republicanos, ambos na oposição federal, e não pedirá votos para uma chapa lulista. Eles reclamam que a ministra não consultou o diretório antes de aproximar‑se de Lula e, agora, discute futuro eleitoral em outra praça.
Publicamente, Tebet evita cravar qualquer destino. Afirma que só tratará de eleições “um ano antes do pleito” e que, se precisar, cumprirá o mandato de ministra até dezembro de 2026. Em junho, garantiu que “não disputaria por outro estado”, mas o convite paulista a fez repensar a frase. Por ora, ela e o marido, o secretário estadual Eduardo Rocha, garantem que continuam no MDB, ao menos até que o tabuleiro defina as federações partidárias.
Pela legislação, basta residir ou ter vínculo profissional no novo estado e transferir o título até seis meses antes da eleição. Com familiares em São Paulo, imóvel no litoral e agenda frequente no ministério, a exigência não seria obstáculo.
O estado concentra 22 % do eleitorado brasileiro e costuma balizar o resultado nacional. Em 2018, Jair Bolsonaro abriu oito milhões de votos sobre Fernando Haddad. Quatro anos depois, essa diferença caiu para dois milhões, considerada por petistas “virada decisiva” para a volta de Lula. Garantir uma vitória ao Senado em 2026 seria sinal de força rumo a 2030.