ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  24    CAMPO GRANDE 30º

Artigos

Os caminhos tortuosos do ambientalismo no MS

Por Manoel Martins de Almeida (*) | 04/05/2018 10:07

“Uma mentira mil vezes repetida torna-se verdade" 

Paul Joseph Goebbels

Todos aqueles que acompanham a história recente do Brasil já ouviram falar em Duda Mendonça e João Santana, conhecidos marqueteiros que levaram à Presidência da República as figuras que fizeram do país o alvo preferido das chacotas na imprensa internacional e do descrédito por parte das principais agências de classificação de risco pelo mundo.

Poderíamos chamar a isso de propaganda enganosa. Nada contra a propaganda em si; ao contrário, há um dito popular que diz: “a propaganda é a alma do negócio”. Maléficas são, muitas vezes, as suas consequências quando se busca a manipulação da opinião pública através da propaganda massiva e ardilosa. Esta sim tem mostrado, através da História, resultados assustadores e trágicos.

Paul Joseph Goebbels, chefe de propaganda do partido nazista, na Alemanha, dizia: “uma mentira mil vezes repetida torna-se verdade”. Alicerçado em onze princípios básicos, assim se explica o pensamento do maquiavélico marqueteiro de Adolf Hitler.

1- Princípio da simplificação do inimigo único – simplifique, escolha um inimigo por vez.
2- Princípio do contágio – mostre algo perfeito e como o inimigo contamina o seu futuro.
3- Princípio da transposição – culpar o inimigo por todos os males.
4- Princípio da exageração e desfiguração – exagere as más notícias, transformando um delito em mil delitos, criando um clima de terror.
5- Princípio da vulgarização – transformar toda ação do inimigo em uma coisa torpe.
6- Princípio da orquestração – espalhar boatos que são transformados em notícias pela imprensa.
7- Princípio da renovação – promover sempre novas notícias para que o inimigo não tenha tempo para pensar.
8- Princípio do verossímil – interpretar os fatos de várias maneiras, mas todas elas contra o inimigo.
9- Princípio do silêncio – ocultar toda informação que não seja conveniente.
10- Princípio da transferência – potencializar o fato presente com um fato passado.
11- Princípio da unanimidade – convergência em assuntos de interesse geral, apoderando-se do sentimento produzido colocando-o contra o inimigo escolhido.

Olhando com atenção, podemos observar que estes princípios estão presentes no marketing político brasileiro há bastante tempo. Da mesma forma tem-se utilizado deles a campanha ambientalista em nosso país, mormente aqui em Mato Grosso do Sul.

Cumpre-se à risca o pensamento de Goebbels, utilizando-se de todos os meios que o dinheiro e o poder político possam patrocinar, indispondo a opinião pública com os produtores rurais da planície pantaneira através da influencia na imprensa e nos centros do poder. (Princípios 1, 4, 6 e 11).

Cooptaram recentemente dois parlamentares que, de pronto, apresentaram na Assembleia Legislativa proposta de lei mais restritiva às atividades econômicas da planície, (princípios 2, 4, 10 e 11). Chega a emocionar esse amor extremo ao Pantanal.

Mas quem são essas excelências? Um deles cumpre seu ideológico destino bolivariano. Nada a acrescentar. O outro vem da próspera região ao Sul do Estado, a Grande Dourados, orgulho do setor agrícola brasileiro, celeiro que alimenta e dá emprego neste país tão necessitado. Nas terras douradenses se cultiva toda sorte de produtos agrícolas que engrossam a nossa pauta de exportação e trazem divisas para o nosso país.

Mas também é verdade que já cobriram aquele solo fértil, densas florestas e cerrados de perobas, aroeiras, cerejeiras, paus-ferros, ipês-roxos, guatambus, cedros, bálsamos, quebrachos, faveiros, guarirobas, pequizeiros, jatobeiros e muitas outras frondosas e seculares árvores da flora brasileira, além das ervas medicinais utilizadas pelas populações tradicionais da região.

Foi necessário tudo sacrificar para que se plantasse comida. Sabemos, porém, que acompanha o desmatamento radical a extinção da fauna, a morte das nascentes, a erosão do solo, o assoreamento dos cursos d’água. Derrubada a mata, tombado, gradeado e adubado o solo faz-se o plantio. Brotada a semente, aplica-se o agrotóxico de efeitos colaterais nefastos para a fauna e o ser humano. Tudo isso em nome da produção de alimentos. Ainda bem! Então tá! (princípio 9).

Suas excelências talvez tenham ido pescar no Pantanal, mas não o conhecem de fato, por isso não deveriam singrar nossas águas nessa canoa furada do movimento ongueiro. Por aqui não se pretende tanta riqueza, pois o ambiente nos impõe limites. Aqui no Pantanal trabalhamos com o varejo; o atacado quem faz é a Mãe Natureza.

Não é a isso que chamamos desenvolvimento sustentável? Sempre respeitamos e conservamos o meio ambiente pantaneiro e a prova disso é o valor que temos como moeda de troca para todas as estripulias que se cometem nos planaltos (principio 9). Bem de acordo com o 7º principio de Goebbels, o da renovação, ainda estando em discussão a PL 750 no Senado Federal e suas excelências se apressam em nos enfiar goela abaixo mais leis restritivas.

Fica absolutamente claro que existe algo por trás de tudo isso. Digo isso porque é na esteira desse movimento dito ambientalista com relação aquela proposta de lei que tramita nas comissões do Senado Federal, a denominada Lei do Pantanal, que se alinham os dois parlamentares.

Temos certeza, porém, que a grande maioria daquela casa legislativa, não concorda com essa visão preconceituosa para com o homem pantaneiro e que esta proposta de lei não há de prosperar.

O fato é que foi escolhido o inimigo, o homem pantaneiro, (princípio 1) que contamina o futuro do Pantanal (princípio 2); devemos culpá-lo por todos os males (princípio 3); criando um clima de terror (princípio 4); transformando a sua vida em coisa torpe (princípio 5), através de boatos e acusações levianas na imprensa (princípio 6); exercendo a pressão através de novas notícias permanentemente (princípio 7); interpretando fatos de várias maneiras contra ele (princípio 8); ocultando toda informação não conveniente (princípio 9); potencializando os fatos presentes com os fatos do passado(princípio 10), colocando o sentimento produzido contra ele (princípio 11).

É mister que a sociedade sul-mato-grossense se aproprie da verdade sobre tudo o que ocorre nesse sentido em nosso Estado, pois com a manipulação dos fatos se pretende engessar o desenvolvimento do Pantanal, expulsando o elemento humano da região. A História nos ensina a respeito.

(*) Manoel Martins de Almeida é produtor rural no Pantanal.

Nos siga no Google Notícias