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Cidades

Em MS, chance de bebê nascer prematuro aumenta quase 4 vezes sem pré-natal

Nascidos com menos de 37 semanas podem apresentar fragilidade dos órgãos e exigem mais cuidados

Guilherme Correia | 25/04/2022 13:06
Em Mato Grosso do Sul, cerca de 8% dos bebês registrados pelo Ministério da Saúde nasceram prematuros. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Em Mato Grosso do Sul, cerca de 8% dos bebês registrados pelo Ministério da Saúde nasceram prematuros. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Na manhã de um sábado (23), nascia em Campo Grande um bebê prematuro, após 35 semanas de gestação, em uma casa na Rua Adventor Divino de Almeida, no Jardim Noroeste. Nascidos em tais condições tendem a ser mais frequentes quando o pré-natal não é feito, já que a incidência é quase quatro vezes maior em quem não tem os cuidados preventivos antes do nascimento.

Neste caso, mãe e filha foram encaminhadas para a Maternidade Cândido Mariano, em rua homônima no Centro da Capital, onde estão há dois dias e, conforme a administração da unidade hospitalar, passam bem.

Ainda assim, dados do Ministério da Saúde, levantados pelo Campo Grande News, mostram que a incidência se torna maior neste grupo. De 1994 a 2020, nasceram 1.135.178 bebês em Mato Grosso do Sul, segundo registros do SUS (Sistema Único de Saúde). Desses, a maior parte (1.122.004) possui informações a respeito do tempo de gestação, medido em semanas.

As informações analisadas indicam que cerca de 8% dos bebês nasceram com menos de 37 semanas, o que os caracterizariam, conforme publicação da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), como prematuros.

Entretanto, vale ressaltar que a incidência de prematuros é quase quatro vezes maior entre os que não fizeram pré-natal - cerca de 28% dos nascidos sem pré-natal tinham menos de 37 semanas de gestação no Estado.

Já entre os que tiveram pré-natal intermediário, o índice cai para 20,6%, enquanto entre os com pré-natal adequado, o indicador é de 15%. Já os bebês que tiveram pré-natal considerado "mais que adequado", cerca de 8,8% são prematuros.

Cuidados - Conforme o IFF-Fiocruz (Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira), o avanço tecnológico e conhecimento na área da Medicina têm feito com que muitos bebês, que antigamente, nasciam antes do tempo e morriam, hoje, sobrevivam.

Ainda assim, mesmo com um desenvolvimento dentro do esperado, as crianças prematuras necessitam de mais atendimentos na área de saúde do que os bebês que nasceram no tempo correto, entre 37 e 42 semanas ou nove meses.

O gerente da Área de Atenção Clínica ao Recém-nascido do IFF-Fiocruz, João Henrique Leme, argumentou em publicação no site oficial do órgão que o bebê prematuro é aquele que nasce antes das 37 semanas de gestação. “São divididos em ‘prematuros extremos’, os que vieram ao mundo antes das 28 semanas e correm mais risco de vida do que os bebês que nascem algum tempo depois, pois apresentam um estado de saúde muito frágil.”

Há também a faixa de prematuros considerados “intermediários”, que nascem entre 28 e 34 semanas, e são a maior parte. Por fim, os chamados “prematuros tardios”, que nascem entre 34 até 37 semanas, segundo ele, aumentaram no Brasil nos últimos anos e geram preocupação em termos de saúde pública.

A dificuldade de cuidado do prematuro está não só na fragilidade dos órgãos, mas principalmente do cérebro. O baixo peso, considerado abaixo de 1500 g, também é um fator que preocupa muito, pois é um grande desafio conseguir fazer uma recuperação nutricional ao longo das primeiras semanas de vida desse bebê.”

Em geral, bebês que nascem antes do tempo não precisam, necessariamente, ficar internados, mas a situação pode se complicar por conta da imaturidade pulmonar, por exemplo. Em Mato Grosso do Sul, também segundo o Ministério da Saúde, o índice de prematuros cresceu entre 1994 e 2020.


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