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Cidades

Leilão ainda neste ano prevê R$ 1 bilhão para reconstruir Hospital Regional

Projeto apresentado pelo governo na Bolsa de Valores pretende aumentar em 60% os leitos com gestão privada

Por Guilherme Correia, de São Paulo | 24/07/2025 18:13
Leilão ainda neste ano prevê R$ 1 bilhão para reconstruir Hospital Regional
Governador de MS, Eduardo Riedel, apresentando projeto na Bolsa de Valores, em SP, para investidores. (Foto: Guilherme Correia)

O governador Eduardo Riedel (PSDB) afirmou ao Campo Grande News que o projeto de reestruturação do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), estimado em quase R$ 1 bilhão, deve ir a leilão na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, em dezembro deste ano, com a previsão da assinatura do contrato em março de 2026 e conclusão da obra em cerca de dois anos e meio.

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O Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) passará por uma reestruturação avaliada em quase R$ 1 bilhão. O projeto, apresentado na B3, prevê leilão em dezembro deste ano, com assinatura de contrato em março de 2026 e conclusão das obras em 30 meses. A modernização aumentará em 60% o número de leitos, passando dos atuais 362 para 577, e oferecerá melhor estrutura e atendimento aos usuários do SUS. O novo HRMS contará com equipamentos de última geração e um ambiente totalmente renovado. A iniciativa, resultado de um longo planejamento, envolve a construção de um novo prédio com 33 mil m², reforma das estruturas antigas e terceirização de serviços não médicos. O investimento total será de R$ 952 milhões em obras e R$ 4,7 bilhões em operação ao longo de 30 anos. O projeto conta com a parceria do BID e o apoio do BNDES, com garantia financeira do FPE. O governo estadual investirá R$ 370 milhões e pagará R$ 29 milhões mensais à empresa parceira responsável pela administração.

"Nós vamos ter um novo hospital regional com prazo total de 30 meses de conclusão do novo prédio, que vai praticamente aumentar em 60% o número de leitos", afirmou. O modelo, segundo ele, promete melhor estrutura e atendimento à população usuária do SUS (Sistema Único de Saúde).

O projeto foi apresentado nesta quarta-feira (24) na sede da B3, em São Paulo (SP). “O melhor atendimento, equipamentos de última geração, recepção, hotelaria, tudo completamente diferente. Um outro ambiente SUS, gratuito para a população. Só que a população vai perceber o nível de qualidade e a mudança que vai ter no atendimento do regional, não tenho dúvida disso”, disse em entrevista ao Campo Grande News.

Riedel destacou que a proposta é resultado de "trabalho longo, aprofundado, extremamente cuidadoso com todos os detalhes", pois envolve a gestão de uma unidade hospitalar, "algo complexo por natureza".

O governador também fez um panorama dos investimentos estaduais em saúde, destacando a inauguração de um hospital em Dourados no segundo semestre de 2025, a unidade já ativa em Três Lagoas e planos para Corumbá, possivelmente também no modelo de PPP (Parceria Público-Privada).

Leilão ainda neste ano prevê R$ 1 bilhão para reconstruir Hospital Regional
Representação de como o Hospital Regional ficará depois da reforma. (Foto: Divulgação)

O que o projeto inclui? O que o projeto inclui? O plano é construir um prédio novo, reformar os antigos e passar alguns serviços que não são médicos para empresas parceiras. O contrato vai durar 30 anos com as empresas escolhidas. O investimento total na obra será de R$ 952 milhões, com mais R$ 4,7 bilhões para operar o hospital ao longo do tempo.

O Hospital Regional foi inaugurado em 1997, em Campo Grande. Ele tem 362 leitos, atende em 46 especialidades e é 100% público, feito só pelo SUS. O prédio tem 10 andares e ocupa uma área de 90 mil m² (metros quadrados).

A secretária especial do EPE (Escritório de Parcerias Estratégicas), Eliane Detoni, agradeceu publicamente ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e mencionou outros detalhes técnicos:

Atualmente, o Hospital Regional Rosa Pedrossian possui área de 37.000 m², com estrutura de 10 pavimentos, capacidade de 362 leitos e atendimento de 46 especialidades médicas.

O novo HRMS terá 577 leitos, número definido com base em estudos demográficos e epidemiológicos. A nova estrutura física contará com cerca de 33 mil m², distribuídos entre blocos novos e retrofit dos antigos. O Pronto Socorro passará dos atuais 22 leitos para 77 leitos. O estacionamento também será ampliado, passando a oferecer 753 vagas.

Um dos destaques da proposta é a inclusão do fornecimento de medicamentos e equipamentos no escopo do parceiro privado.

Outro diferencial é a obtenção do selo "FAST-Infra", concedido por boas práticas ambientais e de governança. Ele torna o projeto mais atrativo para emissão de debêntures e green bonds.

Entre as mudanças importantes, o serviço de atendimento domiciliar deixou de ser responsabilidade total da concessionária. O parceiro privado cuidará apenas do transporte e armazenamento — os equipamentos e a execução do serviço ficarão com o poder público.

Quanto vai custar para o governo? O valor que o Estado vai colocar no projeto caiu de R$ 500 milhões para R$ 370 milhões. Isso foi feito para deixar o negócio mais atrativo para empresas parceiras, segundo defende o Executivo estadual.

O hospital será administrado por uma empresa privada, que será paga por meio de três parcelas. Além disso, quando o hospital estiver funcionando totalmente, o governo vai pagar quase R$ 29 milhões por mês à empresa parceira — um total de mais de R$ 346 milhões por ano.

A garantia financeira ao parceiro inclui um sistema duplo com recursos do FPE (Fundo de Participação dos Estados), que teve seu limite ampliado de 10% para 20% por meio de lei sancionada neste mês. Além disso, há apoio do BID e uma operação de crédito já contratada com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), garantindo R$ 370 milhões de aporte público.