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Capital

Prefeitura promete projeto para conter “problema histórico” no Santo Antônio

Requisitado à administração, projeto que contempla região urbana do Imbirussu ainda é elaborado e não tem data para finalização. Enquanto isso, moradores aguardam há décadas resolução dos alagamentos

Izabela Sanchez | 13/02/2019 10:28
Nessa manhã restos da água que alagou o bairro ainda podiam ser vistos no Santo Antônio (Henrique Kawaminami)
Nessa manhã restos da água que alagou o bairro ainda podiam ser vistos no Santo Antônio (Henrique Kawaminami)

Basta chover que o velho problema bate à porta dos moradores: ruas alagam completamente, a água invade as casas, as pessoas perdem móveis. É o que acontece no bairro Santo Antônio, que se viu às voltas com o alagamento, novamente, desde a madrugada desta quarta-feira (13). Em Campo Grande onde a chuva já alcança os 73,2 mm, os problemas, infelizmente, não estão localizados apenas neste bairro.

Para tentar “remediar” o problema histórico no local, a Prefeitura elabora um projeto para a região urbana do Imbirussu, que contempla não só o Santo Antônio, mas também bairros como o Vila Popular – que também se destacou em meio aos problemas da chuva nesta quarta-feira – e outros 25 bairros.

O projeto ainda assim, vai demorar a sair do papel. Pelo que informou a assessoria de imprensa da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), o plano ainda é elaborado por equipe técnica, sem data de término.

O objetivo é que o projeto indique quais obras deverão ser realizadas para conter a água da chuva. Uma das possibilidades é que seja construída uma bacia de contenção, popularmente conhecida como piscinão.

Casa alagada no bairro Santo Antônio (Foto: Henrique Kawaminami)
Casa alagada no bairro Santo Antônio (Foto: Henrique Kawaminami)

Plano Diretor de Drenagem Urbana – Todas as obras para este tipo de situação devem seguir o que estabelece o Plano Diretor de Drenagem Urbana de Campo Grande, decreto 12.680, de 9 de julho de 2015, além do Plano Diretor, atualizado em 2018, mas ainda sem resolução já que a administração pretende levar a aprovação do documento à Justiça.

O plano de drenagem estabelece medidas para o escoamento de águas pluviais, divididas em estruturais e não estruturais. As estruturais são medidas que alteram a bacia hidrográfica ou os sistemas de rios para evitar inundações. As obras que se inserem nessas medidas são as barragens, os diques e alterações nos leitos dos rios. Já as não estruturais não alteram o sistema natural, são os códigos e leis.

O plano estabelece metas para resolver os problemas da chuva, que leva em conta a preservação ambiental e a situação de cada bacia hidrográfica da cidade. Antes disso, no entanto, a gestão municipal precisa agir na manutenção da rede de drenagem, com a limpeza do lixo e dos locais de escoamento.

Moradores enviaram fotos das casas alagadas durante a madrugada desta quarta (Foto: Direto das Ruas)
Moradores enviaram fotos das casas alagadas durante a madrugada desta quarta (Foto: Direto das Ruas)

O plano afirma que essa manutenção exige “limpeza sistemática das ruas, de condutos e canais, incluído aqui a manutenção da poda de vegetação para manter a capacidade de escoamento”.

Não é o que acontece – No Santo Antônio, reclamação recorrente são os bueiros e bocas de lobo, que afirmam nunca serem limpos. Outra queixa é sobre a obra de duplicação da Avenida Júlio de Castilho, que os moradores afirmam ter piorado a situação.

Nesta quarta-feira a aposentada Lucilene Mota acordou às 3h com a casa alagada e ainda calcula o prejuízo. “Todo ano tem essa enchente aqui, já perdi minha geladeira, máquina de lavar roupa, meu passarinho morreu e estou cuidando agora do cachorro porque meu medo é de doença, vem água de bueiro, de cemitério, de foça, tudo”. Ela conta que mora no bairro Santo Antônio há 25 anos e que pelo menos a metade desse tempo passa sofrendo com a forte chuva no bairro.

Na Vila Popular, o lixo que se aglomera nos bueiros, por exemplo, deixou moradores da Vila Popular ilhados. Pelo menos 10 famílias da Avenida Rádio Maia dizem terem “perdido tudo”. O aposentado Manoel dos Santos, 67 anos, que mora no bairro há anos, contou que a chuva começou por volta das 00h e, desde então, “está em claro” com outros vizinhos.

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