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Capital

Samu ganhará medicamento que reduz em 17% mortes por infarto

Lidiane Kober | 30/07/2014 15:40

Prestes a ser publicada no Diário Oficial da União, portaria garantirá as ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) medicamento capaz de reduzir em até 17% o número de mortes por infarto agudo do miocárdio. Em Campo Grande, segundo o coordenador do Samu, Eduardo Cury, é alto o índice de procura do serviço para socorrer pacientes com sintomas de problemas no coração.

“Muitos pacientes com queixas de dor précordial e alteração nos níveis de pressão, sintomas comuns de infarto, acionam diariamente o Samu”, disse Cury, sem detalhar o percentual dessas ocorrências. Neste sentido, ele classificou a decisão do Ministério da Saúde como “um grande passo para reduzir as mortes”. “O medicamento tem uma atuação muito importante para diminuir a possibilidade de gravidade do infarto”, explicou.

O infarto, conforme o coordenador-geral de Média e Alta Complexidade do Ministério da Saúde, José Eduardo Fogolin Passos, “é a obstrução, o entupimento da artéria coronária, a artéria do coração”. “A partir do momento em que a artéria entope, o músculo do coração para de funcionar, o coração para de funcionar e a pessoa pode ter uma parada cardíaca. Com esse medicamento, o trombo se dissolve na hora, e o coração volta a ter circulação e não há parada cardíaca”, detalhou.

Ainda e acordo com Fogolin, se a equipe do Samu levar menos de uma hora para desobstruir a artéria do paciente, há 15% de risco de morte. Caso a desobstrução ocorra em até duas horas, o risco de morte pode dobrar. Ele citou estudos, com base em cidades que usam o medicamento no sistema móvel de atendimento, que apontam redução de até 17% das mortes por infarto.

Pela portaria, todas as ambulâncias do Samu que tenham médicos, e até mesmo embarcações e o atendimento aéreo da rede pública de municípios que aderirem ao sistema receberão verba para comprar o medicamento. Algumas prefeituras já usam o tenecteplase, mas, com a publicação da norma no Diário Oficial, o Ministério da Saúde é que vai financiar o uso para as secretarias que aderirem.

De acordo com Fogolin, as equipes do Samu passarão por treinamento para uso do medicamento. A partir da publicação da portaria, que pode acontecer ainda esta semana, as prefeituras já poderão aderir e receber a verba para a compra do trombolítico.

Em 2012, foram registradas 84.157 mortes por infarto agudo do miocárdio no país. O Ministério da Saúde espera que, com o medicamento, o Samu possa salvar até 8.368 pessoas por ano. O custo do medicamento para todo o Brasil está estimado em R$ 8,5 milhões.

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