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Capital

Quebra constante de ar-condicionado prejudica UTI com bebês prematuros

Falta de ventilação tem sido registrada com frequência; o último problema persiste por 6 dias

Por Bruna Marques | 03/12/2025 14:26


RESUMO

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O Hospital Regional de Mato Grosso do Sul enfrenta graves problemas estruturais, com falhas em equipamentos e falta de ventilação adequada, especialmente na UTI Neonatal e no setor de partos. A situação foi denunciada por Regyane Keullin Azuaga, mãe de uma bebê prematura internada na unidade. O calor excessivo tem prejudicado pacientes e profissionais de saúde, impossibilitando procedimentos como o método canguru. Desde sexta-feira, o ar-condicionado está inoperante no segundo andar, onde são realizados os partos, sem previsão de conserto. A administração do hospital não se pronunciou sobre as denúncias.

Denúncia enviada ao Campo Grande News nesta quarta-feira (3) revela uma situação alarmante no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, com falhas no funcionamento de equipamentos de ar-condicionado e a falta de ventilação em áreas críticas da unidade, submetendo pacientes e acompanhantes a altas temperaturas e prejudicando o trabalho dos profissionais de saúde.

Regyane Keullin Azuaga de Moura Vazes, 39 anos, mãe de uma bebê prematura internada na UTI Neonatal do hospital, relatou que o hospital enfrenta problemas recorrentes com a manutenção de equipamentos essenciais.

"Já é a segunda vez que isso acontece. Eu estava com minha bebê aqui há 23 dias quando o equipamento estragou pela primeira vez. Eles resolveram no mesmo dia, mas agora está complicado. Dizem que a peça vem de fora e todo dia é uma desculpa diferente", contou Regyane.

A bebê de Regyane, que nasceu com 25 semanas e 5 dias, está internada na UTI desde o nascimento e, atualmente, com 32 semanas e 2 dias. A criança, que sofre de uma cardiopatia grave, permanece em ventilação mecânica, e ainda não há previsão de alta. "No mínimo, vou ficar aqui mais uns três meses até ela completar as 40 semanas. Se ela precisar de uma operação no coração, ainda vai ter que ficar mais um mês", afirmou Regyane.

A situação piora ainda mais devido às condições do ambiente hospitalar. Regyane relatou que as portas da área destinada a gestantes estão abertas, devido à falta de ventilação. "Não tem condições. As portas da gestante estão abertas, mas não ventilam, porque não há janelas nem refrigeração. O calor é insuportável. Minha bebê está na incubadora, mas os outros bebês, alguns estão no bercinho e até sem roupa, porque está muito quente. Não tem como colocar roupa devido ao calor", explicou.

Segundo ela, o problema no hospital não se limita apenas à UTI, mas afeta todo o 2º andar, onde são realizados os partos. "Desde sexta-feira, o ar-condicionado está quebrado. Não tem previsão de conserto. Os partos estão sendo feitos sem ar. As enfermeiras estão suando muito, e até as salas dos médicos estão sem ventilação", afirmou Regyane, ressaltando que a situação está insustentável tanto para os pacientes quanto para os profissionais.

Além disso, Regyane, que faz o método canguru com a filha, informou que não tem conseguido realizar o procedimento devido ao calor. "Eu não posso fazer o canguru com ela por conta do calor. A UTI e a UIM (Unidade de Isolamento Materno) não permitem o uso de ventilador, e não podemos abrir as janelas", disse.

Ela também destacou que o calor excessivo está afetando o trabalho das enfermeiras e o atendimento aos pacientes. "As enfermeiras não estão aguentando o calor. Elas começam a suar muito, e dentro da UTI, onde não podemos ter ventilador, a situação é ainda pior", lamentou.

Regyane se mostrou indignada com a falta de respostas e soluções por parte da administração do hospital. "Já se passaram sexta-feira, sábado, domingo, segunda, terça e hoje é quarta-feira. A gente não sabe até quando vai ficar nessa situação. Precisamos de uma posição clara sobre o que vão fazer para resolver isso", afirmou.

A mãe, junto com outras pacientes, pediu que a situação fosse levada à imprensa para chamar atenção para as condições precárias enfrentadas no hospital. "As mães que estão aqui apoiam essa denúncia. O que estão fazendo com nossos filhos é um absurdo. Precisamos que a situação seja resolvida o mais rápido possível", concluiu Regyane.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, solicitando um posicionamento oficial sobre o problema denunciado, mas até o momento, não obteve retorno. O espaço continua aberto para esclarecimentos.

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