Irmão de estudante morto na fronteira cobra prisão de criminosos
Em vídeo, Higo Félix diz que Hugo era muito querido em Tavares (PB), onde corpo foi enterrado
O arquiteto e urbanista paraibano Higo Félix cobrou a prisão dos autores do assassinato de seu irmão, o estudante de Medicina Anderson Hugo Pereira Félix, 29, ocorrido no dia 16 deste mês em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia separada por uma rua de Ponta Porã (MS).
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Em vídeo enviado hoje (27), Higo disse que o irmão era muito querido em Tavares, no sertão paraibano, onde a família mora. O corpo dele foi enterrado na cidade, há uma semana. “Está sendo muito difícil para nossa família conviver com essa dor e essa saudade” (veja o depoimento acima).
O corpo de Anderson foi encontrado em estrada de terra nos arredores de Pedro Juan Caballero. Ele teve a cabeça esmagada por uma pedra, encontrada ao lado do cadáver.
Anderson tinha passado a noite de sábado (15) em um bar localizado na Avenida Brasil, no centro de Ponta Porã. Câmeras de segurança flagraram o momento em que ele foi levado para o lado de fora do bar por Moroni Dener Rodrigues Romero, 22.
Na rua, o rapaz foi colocado no banco traseiro de um Golf prata e Moroni voltou para dentro do bar. Meia hora depois, dois homens entraram no carro e saíram do local. O corpo de Anderson foi encontrado horas depois.
Moroni foi preso na semana passada acusado de envolvimento no crime. Anteontem, a Polícia Nacional do Paraguai prendeu Silvano Meires Araújo, 35, o homem que saiu dirigindo o Golf.
O outro suspeito, que saiu no banco do passageiro, ainda não foi localizado. O carro, registrado em nome da ex-mulher desse suspeito ainda solto, foi apreendido ontem em Ponta Porã.
Segundo a família, Anderson Hugo estava no país há dois meses em Pedro Juan Caballero. Enfermeiro em Tavares – cidade de 15 mil habitantes – ele fazia medicina na UASS (Universidade Autônoma San Sebastian). Por causa da pandemia, começou o curso à distância e no dia 4 agosto se mudou para Pedro Juan Caballero, para iniciar as aulas presenciais.
No hospital municipal de Tavares, Anderson atuou na linha de frente da covid-19 e decidiu cursar medicina para ajudar pessoas e salvar vidas. O corpo do rapaz foi enterrado no cemitério da cidade no dia 20 deste mês. Sobre o caixão havia a bandeira do arco-íris, conhecida como símbolo do orgulho gay.