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Economia

"CPF na nota?": se cliente esquecer, vendedor também não pergunta

Lojistas tem até dia 31 para adequar sistema e incluir CPF na nota, mas pergunta ainda não faz parte da rotina do comércio

Silvia Frias e Fernanda Palheta | 06/01/2020 09:57
Consumidora confere dados na nota fiscal, mudança de comportamento que exige tempo (Foto: Marcos Maluf)
Consumidora confere dados na nota fiscal, mudança de comportamento que exige tempo (Foto: Marcos Maluf)

Desde o dia 1º de janeiro entrou em vigor o programa Nota MS Premiada, com sorteio de R$ 300 mil a quem pedir CPF na nota fiscal, porém, tanto lojistas, quanto clientes parecem ainda em adaptação. Em rápida checagem no centro de Campo Grande, é possível verificar que a pergunta “CPF na nota?” ainda não entrou na rotina dos consumidores e dos comerciantes.

“Às vezes eu peço, outras, não”, disse a dona de casa Sulmara Valensuela da Silva, 45 anos. Embora tenha começado a exigir a inclusão do CPF desde o início do ano, por conta da premiação, explica que não faz questão quando vê a fila grande no caixa, achando que isso pode atrasar atendimento.

A estudante Julia Esmerino, 19 anos, nem sabia do programa. Esta manhã fez a inclusão do CPF na nota fiscal apenas para garantir o desconto na compra em uma loja de perfumes e cosméticos. “Não sei para que serve”.

O desconhecimento sobre a premiação é partilhado pela técnica de enfermagem Mirian Toledo, que soube do Nota MS Premiada por meio da reportagem. Ela diz que falta informação por parte das lojas, já que as menores nem costumam fazer a perguntar ao cliente.

Sulmara evita pedir CPF na nota quando fila está grande (Foto: Marcos Maluf)
Sulmara evita pedir CPF na nota quando fila está grande (Foto: Marcos Maluf)
Julia não sabia da premiação e só pediu CPF para garantir desconto (Foto: Marcos Maluf)
Julia não sabia da premiação e só pediu CPF para garantir desconto (Foto: Marcos Maluf)

A operadora de caixa Eliane Magalhães, 55 anos, trabalha em supermercado e diz que começou a perguntar aos consumidores no ano passado, antes do programa entrar em vigor. Porém, como cliente, não costuma pedir em todos os casos. “Quando é coisa pequena, eu não coloco”. Eliane guarda as notas e tira fotos para manter arquivada.

Sistema – a adequação também é realidade do outro lado do balcão. Segundo o governo, as empresas têm até 31 de janeiro para fazer adaptação nas impressoras e garantir que o consumidor saia da loja com o CPF inscrito na nota.

A gerente de loja de foto, Laura Cristina Ramos, 44 anos, explicou que até o fim da semana o sistema estará implantando, pois será preciso alterar o software usado na empresa, hoje, muito mais burocrático e que pede dados como endereço do cliente. “As pessoas acabem não tendo muita paciência”.

Em loja de cosmético, a subgerente Tatiane Landvoigt Terla da Silva, 46 anos, diz que o sistema está atualizado e, no fim de semana, os funcionários receberam orientação para alertar os clientes. Segundo ela, 50% pede CPF na nota, mas tem uma parcela da população que desconhece o programa ou desconfia da motivação, principalmente os idosos. “Tem gente em dúvida e desconfiada”.

Sorteio - A cada cupom fiscal emitido o consumidor recebe no próprio documento oito dezenas geradas automática e aleatoriamente para participar dos sorteios, feitos no último concurso mensal (sábado) da Mega Sena da CEF (Caixa Econômica Federal).

Caso seu cupom tenha sido impresso só com o CPF e sem as dezenas da sorte é fácil conferir os números. Vá ao site www.notamspremiada.ms.gov.br e clique na aba “Consulte suas notas”.

Mirian diz que falta informação e que lojas menores não pergunta aos clientes (Foto: Marcos Maluf)
Mirian diz que falta informação e que lojas menores não pergunta aos clientes (Foto: Marcos Maluf)

Dois prêmios em dinheiro líquido de imposto de renda serão sorteados todos os meses a partir de fevereiro. O primeiro deles é de R$ 100 mil para os acertadores de seis dezenas. O segundo é de R$ 200 mil para ganhadores de cinco dezenas.

Não havendo sorteados para as seis dezenas o prêmio de R$ 100 mil será juntado ao prêmio de R$ 200 mil. E caso não haja ganhadores para as seis dezenas e nem para as cinco dezenas os prêmios retornarão ao fundo do programa.

O sorteio será realizado sempre no mês posterior à emissão da nota fiscal. Ou seja, documentos autorizados em um respectivo mês concorrerão no mês seguinte. Por exemplo: compras realizadas em janeiro concorrem em fevereiro, e assim por diante.

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