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Economia

Tarifa de 50% dos EUA inviabiliza exportações de tilápia de MS

Segundo a Abipesca, 58 contêineres com 1.160 toneladas de pescados tiveram que retornar para o Brasil

Por Izabela Cavalcanti | 17/07/2025 12:28
Tarifa de 50% dos EUA inviabiliza exportações de tilápia de MS
Tanque de criação de tilápias em Mato Grosso do Sul (Foto: Edemir Rodrigues)

A cadeia produtiva da tilápia em Mato Grosso do Sul também será impactada com a imposição da tarifa de 50% para exportações aos Estados Unidos, principal destino do peixe filetado produzido no Estado. A medida, que entra em vigor a partir de 1º de agosto, inviabiliza economicamente a continuidade das exportações e obriga o setor a redirecionar sua produção ao mercado interno.

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Exportações de tilápia para os EUA serão suspensas a partir de 1º de agosto devido à imposição de uma tarifa de 50%. A medida impacta a cadeia produtiva de Mato Grosso do Sul, um dos principais exportadores do pescado para o mercado norte-americano. Produtores brasileiros terão que realocar a produção para o mercado interno, gerando aumento da oferta e maior concorrência. A tarifa inviabiliza as exportações, tornando o produto brasileiro menos competitivo. O setor busca alternativas, como a prorrogação do prazo para adaptação ou a retirada da tarifa. A preocupação é com o impacto no mercado interno, com a entrada de grande volume de tilápia que antes era destinada à exportação. Estima-se que 58 contêineres com 1.160 toneladas de pescado, com destino aos EUA, perderam os compradores. Os EUA representam 70% do mercado externo brasileiro de pescado e 90% das exportações de tilápia.

Conforme informações do Peixe BR (Associação Brasileira de Psicultura), Mato Grosso do Sul está entre os cinco principais estados que mais exportaram tilápia no 3° trimestre do ano passado, tendo o mercado norte-americano como o principal destino.

Segundo a Agência Brasil, a Abipesca (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados) informou que, pelo menos, 58 contêineres com 1.160 toneladas de pescados, com destino aos EUA, perderam os compradores e terão que retornar aos produtores.

Além disso, a Abipesca quer que o governo brasileiro priorize a abertura do Mercado Europeu como alternativa às exportações de pescados.

Em entrevista ao Campo Grande News, o titular da Semadesc (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, destacou que o produto terá que ser realocado no mercado interno.

“Está suspenso do ponto de vista da incapacidade, porque hoje se exportar, não chega mais os peixes lá até a data do dia primeiro. Não existe nenhum impedimento, se alguém conseguir colocar um produto nos Estados Unidos com uma taxação de 50%, ele vai entrar nos Estados Unidos. A grande questão é que não há, provavelmente, produto em Mato Grosso Sul e no Brasil que consiga ser competitivo com 50% de custo adicional da tarifa. Esse produto vai ter que ser jogado no mercado interno, a gente vai ter uma super oferta, a gente não consegue rapidamente reposicionamento de mercado”, pontuou.

Ainda conforme Verruck, a posição principal do Estado é de retirada da tarifa. No entanto, o que seria mais viável no momento é a prorrogação do prazo.

“Existe uma série de contratos de exportação já vigentes com cargas preparadas, com produto preparado, como é o caso da tilápia, algumas já em andamento, e esses produtos só vão voltar para o Brasil, porque eles não vão chegar até 1º de agosto lá e aquilo que chegar 1º de agosto vai ser taxado. Então, deveria respeitar todos os contratos já feitos na alíquota anterior, o que não é o caso. Uma prorrogação disso, poderia efetivamente manter as nossas exportações e se programar, a cadeia produtiva se reestruturar, mas a situação é muito complexa, é muito séria”, destacou.

O proprietário do Frigorífico Best Fish, Heser Fagundes, não exporta para os Estados Unidos, mas tem receio da competição que irá surgir no Estado.

“No nosso caso, nós não trabalhamos com exportação para os EUA. A preocupação é o pessoal que trabalha com exportação, não vai ter mercado lá fora e vai vir para o mercado interno. Vai aumentar a competitividade, mas estamos na expectativa de baixar um pouco o valor dos insumos”, disse.

Exportações – No Brasil, o tipo de peixe mais comprado pelos EUA é a tilápia. Conforme a Associação Peixe BR, os últimos dados mostram que de janeiro a setembro do ano passado, o mercado norte-americano comprou US$ 37.520.030 em tilápia.

Em Mato Grosso do Sul, as exportações do item filés ou outras carnes de peixes congelados, frescos ou refrigerados, em 2024, foram de 438,9 toneladas e US$ 1,72 milhão.

Segundo a Abipesca, os EUA respondem por 70% do mercado externo brasileiro de pescado. Somente de tilápia, o país é o destino de 90% do produto.

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