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Lado B

Espetáculo invade Morada dos Baís e convida público a explorar pontos culturais

Mariana Lopes e Anny Malagolini | 04/03/2013 17:33
A vertigem da personagem revela o que há no inconsciente dela (Foto: Divulgação/Cena Agora)
A vertigem da personagem revela o que há no inconsciente dela (Foto: Divulgação/Cena Agora)

O vai-e-vem cotidiano muitas vezes nos impede de ver, observar, reparar e até mesmo contemplar os vários pontos culturais que existem em Campo Grande. São locais públicos e que trazem em cada edificação uma rica história da origem da cidade, do povo e da tradição.

Pensando em mostrar esses cantos pouco explorados e que merecem todo o respeito e reconhecimento dos campo-grandenses, e também dos turistas, o Mercado Cênico invadiu a Morada dos Baís com o espetáculo Solo (Não Só) e com uma exposição contando os 9 anos do grupo.

“A ideia principal da ocupação artística é fazer com que as pessoas percebam pontos da cidade de outra forma, além de atingir quem circula pelo lugar, sem nenhuma formalidade”, explica o coordenador do projeto, Vitor Samudio.

Vai funcionar assim: Todo sábado do mês de março, ou seja, nos dias 9, 16, 23 e 30, sempre às 20h, será encenada a peça Solo (Não Só), com a atriz Patrycia Andrade, na Morada dos Baís. A primeira já ocorreu no dia 2.

No enredo, a vertigem da personagem revela o que há no inconsciente dela, enquanto aguarda os convidados para uma festa. Ao retocar o batom vermelho, ela é inundada por pensamentos insanos com Nietzsche e Almodóvar. O trabalho é uma construção dramatúrgica que traz como base a inspiração poética de Edson Marques e Patrícia Sampaio.

Ao retocar o batom vermelho, ela é inundada por pensamentos insanos com Nietzsche e Almodóvar (Foto: Divulgação/Cena Agora)
Ao retocar o batom vermelho, ela é inundada por pensamentos insanos com Nietzsche e Almodóvar (Foto: Divulgação/Cena Agora)

O espetáculo terá o espaço limitado para o público, com apenas 30 lugares por sessão. O convite custa R$ 20.

Também aos sábados, às 9h, acontecem os painéis com discussões sobre produções culturais locais. Serão abordados temas como formação de platéia, gestão de grupo teatral, economia da cultura, estética teatral.

E para sair da mesmice, toda semana serão criados novos conteúdos e artistas convidados, como a dançarina Gabriela Salvador, que fará uma performance no dia 16 de março, e a peça “A Chave e a Fechadura”, do Pontão Guaicuru e Identidade Teatral, no dia 30.

A exposição que conta a história do grupo Mercado Cênico será fixa durante todo o mês e a visitação é gratuita para a população, assim como as demais intervenções culturais.

Ocupação artística – O projeto Mercado Cênico Invade Morada é o pontapé para uma série de ocupações artísticas em locais públicos que o grupo pretende fazer pelo menos uma vez por ano em Campo Grande.

Para os fãs da cultura, realizar este tipo de projeto apenas uma vez por mês parece pouco, mas o coordenador do projeto explica que é muito burocrático usar espaços públicos. “Existe dificuldade, normas, que impedem nosso livre acesso nos locais”, justifica Vitor.

E para quem jura de pé junto que em Campo Grande não há público para este tipo de evento, Vitor diz que não é verdade, mas ele acredita que para ter público precisa primeiro ter o espetáculo.

“Por ser uma peça gratuita as pessoas não dão o devido valor, mas a gente vai tentando, buscando pessoas que gostam, que se interessam, mesmo sem ator global ou sem ser a melhor história”, pontua.

Mas a ideia do projeto não é apenas levar o teatro à população, mas também divulgar os locais públicos e históricos. “O legal é a percepção do espaço. A Morada dos Baís, por exemplo, é a primeira casa de alvenaria, milhares de pessoas passam em frente dela e o lugar já se tornou batido, mas é um prédio cheio de histórias”, explica Vitor.

Para as próximas edições do projeto, Vitor Samudio adianta que está de olho no Armazém Cultural, casa do Arnaldo Estevão de Figueiredo e no Rotunga. “São lugares que chegam a ser meu sonho de consumo”.

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