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Política

Deputados classificam como irresponsável divulgação da Operação Carne Fraca

O assunto foi o centro das discussões na sessão desta terça-feira (21), na Assembleia. O temor dos parlamentares é o impacto econômico no Estado

Lucas Junot e Leonardo Rocha | 21/03/2017 13:42
O deputado Marcio Fernandes (PMDB) disse que vai pedir uma lista à PF com os frigoríficos em situação regular (Foto: Assessoria/ALMS)
O deputado Marcio Fernandes (PMDB) disse que vai pedir uma lista à PF com os frigoríficos em situação regular (Foto: Assessoria/ALMS)

Sessão ordinária desta terça-feira (21), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, foi marcada por discussões sobre a Operação Carne Fraca, da PF (Polícia Federal), que revelou o uso de carnes podres, maquiadas com ácido e reembaladas depois de vencidas, por parte de grandes empresas, com atuação nacional e no exterior, como a BRF (dona das marcas Sadia e Perdigão); e JBS (dona da Seara e Big Frango), que tem unidades no Estado. No entanto, as unidades sul-mato-grossenses não foram alvo da operação.

O deputado Márcio Fernandes (PMDB) disse que vai pedir, por meio de documento oficial da Assembleia, que a PF divulgue uma lista dos frigoríficos que não tiveram problemas na investigação. De acordo com ele, 99,5% dos frigoríficos do país estão regulares e apenas uma minoria cometeu irregularidades. “Mato Grosso do Sul e o Brasil têm a melhor carne do mundo. Conheço a fiscalização aqui e é boa. Não podemos generalizar e colocar todos na mesma vala comum”, declarou.

Beto Pereira (PSDB), alegou que o destaque midiático feito pela PF colocou em risco a instituição agronegócio, que é conceituada e responsável pelos números positivos do país. “Todo radicalismo comete exageros e prejuízos, o que pode gerar prejuízos em toda cadeia produtiva”, ponderou o parlamentar.

Mais ríspido, Onevam de Matos (PSDB) condena as informações transmitidas. “Nunca vi tamanha irresponsabilidade da PF. Depois de dois anos de investigação não poderia fazer uma divulgação como foi feita, que pode prejudicar todo país. Muitas informações foram passadas erradas, tanto na mídia como nas redes sociais”, disparou.

Para Paulo Siufi (PMDB), a repercussão mundial pode custar caro. “Mais uma vez houve abuso de poder de autoridades que fazem investigação no país”, opinou.

João Grandão (PT) defende as investigações, mas alerta para a repercussão. “Os culpados devem ser punidos, mas essa divulgação, que prejudica a imagem da nossa carne pode ter efeito cascata em todas as escalas. Seja na cadeia produtiva, no fechamento de frigoríficos, desemprego e afetar a economia local das cidades do interior”, finalizou.

A ação, classificada pela própria PF como a maior da história, cumpriu 309 mandados judiciais em São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás.
O setor produtivo teme o impacto, especialmente no mercado internacional, onde a credibilidade dos produtos brasileiros venceu uma série de obstáculos, até se consolidar.

O presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Jonathan Barbosa, chama atenção para o que pode ser a maior crise vivida pelo setor na história. Além de temerem pelo impacto negativo nos mercados internacional e interno, sob pena de perder a credibilidade quanto à qualidade dos produtos que oferece, caso o frigorífico JBS seja abrigado a fechar as portas "a pecuária em Mato Grosso do Sul quebra".

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