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Cidades

Estudantes reclamam do fechamento de turmas durante as férias escolares

Alunos do ensino médio do período noturno das escolas José Barbosa Rodrigues e Maria Rita de Cássia Pontes Teixeira serão afetados

Tainá Jara | 10/07/2019 19:10
E. E. José Barbosa Rodrigues, no Universitário, será impactada com decisão; alunos prometem protesto. (Foto: Kísie Ainoã)
E. E. José Barbosa Rodrigues, no Universitário, será impactada com decisão; alunos prometem protesto. (Foto: Kísie Ainoã)

A cinco dias do retorno do recesso escolar, alunos do período noturno de ensino médio das escolas estaduais José Barbosa Rodrigues, no Bairro Universitário, e Maria Rita de Cássia Pontes Teixeira, no Bairro União, em Campo Grande, foram surpreendidos com o fechamento das turmas e os pedidos de transferência já redigidos pela direção das unidades. Eles planejam realizar manifestações contra a medida.

Esta é a segunda vez, apenas neste ano, que o Governo do Estado anuncia o fechamento de turma durante o período de férias. Em janeiro, a Secretaria de Estado de Educação (SED) anunciou o encerramento das atividades nas escolas estaduais Riachuelo, Otaviano Gonçalves da Silveira Junior, Zamenhof e do 3º ano do ensino médio noturno da escola Dona Consuelo Muller, todas na Capital.

Na ocasião, 1.400 alunos já haviam se matriculado nas unidades para iniciar o ano letivo de 2019 e tiveram de ser transferidos. O SED argumentou à Justiça que o fechamento geraria economia de R$ 6 milhões anuais com folha de pagamento, ou pouco mais de R$ 500 mil por mês.

A nova etapa do processo, chamado pela SED de reordenamento, afeta principalmente os alunos que trabalham durante o dia como aprendizes. Este é o caso da filha da pensionista Vera Lúcia Cuttier, 39 anos, que estuda na escola José Barbosa Rodrigues. “Atrapalha toda nossa logística. Eu levo e a busco na escola todos os dias por uma questão de segurança. Agora ela vai ter que ir para um lugar desconhecido?”

Escola Maria Rita Teixeira, no União, também terá turmas no período noturno encerradas. (Foto: Kísie Ainoã)
Escola Maria Rita Teixeira, no União, também terá turmas no período noturno encerradas. (Foto: Kísie Ainoã)

Reordenamento – Segundo ela, a adolescente de 17 anos trabalha durante o dia. Com a escola próximo a residência da família, a menina não precisa percorrer grandes trechos durante a noite. Diante das mudanças, ainda não houve tempo de decidir o que será feito.

“Tem a possibilidade de ela ir para o integral no próprio José, mas, aí ela teria que deixar o trabalho. Ou mudar para o Areais e continuar a noite”, afirma se referidno a Escola Estadual Maria de Lourdes Toledo Areias, no Residencial Recanto dos Rouxinois, para onde foi orientada a transferência dos alunos desta unidade.

Conforme os alunos, a unidade funciona com três turmas de 3º ano e quatro de 2º ano do ensino médio. Durante o dia, a escola opera com turmas de período integral. Cerca de 200 alunos serão impactados nesta escola. “Já tínhamos sido avisados que as turmas seriam fechados, mas que isso, ocorreria nos próximos anos”, afirmou Beatriz Cuttier, 17 anos. Os alunos planejam protesto para esta quarta-feira, às 19h, em frente a escola.

Outra mãe, que preferiu não se identificar, lamenta transferir a filha da escola estadual Maria Rita de Cássia Pontes Teixeira, em que estuda desde a 1º série. “É todo um constrangimento termos que arranjar tempo, a essa altura, para correr atrás dessa transferência. Eles sequer conversaram com a gente”.

Em nota, a SED anunciou que desde 2015 a rede estadual passa por “um processo de reordenamento, motivado pela diminuição do total de estudantes matriculados nos últimos dez anos. Entre 2010 e 2018, esse número atingiu o quantitativo de 40 mil estudantes a menos em todas as etapas ofertadas pela REE”.

Conforme a secretaria, o reordenamento “consiste no encerramento da oferta de determinadas turmas e também, em casos específicos, na transferência para outras unidades escolares, em localidades próximas, sempre com o objetivo de minimizar o impacto para os estudantes”.

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