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Cidades

Transferência aos poucos vai levar a novo presídio grupo dos “rejeitados”

Segundo fonte do Campo Grande News, que prefere ter a identidade preservada, líderes de facções não vão para nova unidade

Anahi Zurutuza | 03/02/2020 11:56
Transferência aos poucos vai levar a novo presídio grupo dos “rejeitados”
Comboio com 7 vans durante a transferência da Máxima para unidade da Gameleira (Foto: Marcos Maluf)

A Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira, em Campo Grande, será povoada aos poucos e com presos “rejeitados” nas outras unidades penais do Estado. Segundo fonte do Campo Grande News, que por questões de segurança prefere ter a identidade preservada, o novo presídio não deve receber lideranças de facções criminosas, justamente para que não se torne outra “unidade problema”.

“Vão mandar detentos que não tem convivência com os outros, expulsos de facções, condenados crimes sexuais [que já ficam isolados], homossexuais. É o primeiro presídio controlado totalmente por policiais penais, então será uma massa carcerária mais branda, para não dar problema”, detalha.

A explicação é que o isolamento de líderes de facções geraria revolta, o que poderia causa problemas de segurança fora das muralhas. Os “chefões” são capazes de ordenar o cometimento de crimes somente para espalhar o pânico. “Amanhã teria ônibus pegando fogo na rua”.

Por questão estratégica, portanto, essa separação, que faz diminuir o poder das facções dentro penitenciárias, deve ser feita aos poucos, no futuro, se for feita. “Lógico que não se faz isso do dia para noite”.

É de conhecimento público que o Estabelecimento Penal “Jair Ferreira de Carvalho” – o Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande – está dominado hoje pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), mas nesta primeira transferência, de ao menos 50 presos nesta segunda-feira (3), nem os detentos ligados ao CV (ComandoVermelho), organização criminosa rival, foram levados para a nova unidade. A ideia também não é de aproveitar para fazer a separação dos integrantes das facções “em guerra”, portando.

Transferência aos poucos vai levar a novo presídio grupo dos “rejeitados”
Helicóptero Harpia, do Grupo de Policiamento Aéreo, deu apoio durante todo o trajeto (Foto: Marcos Maluf)

Transferência – Operação envolvendo várias forças policiais foi deflagrada hoje para transferir os detentos da unidade do Complexo Penitenciário do Jardim Noroeste para a nova penitenciária localizada na MS-455, conhecida como estrada da Gameleira, na Capital.

Saíram da Máxima ao menos 7 vans, 1 de apoio e as outras 6 com 8 a 10 lugares cada, o que totaliza cerca de 50 pessoas. De regime fechado, a nova casa de detenção tem capacidade para comportar 603 presos, acréscimo de 15% no sistema carcerário de Mato Grosso do Sul, segundo a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública).

Além dos servidores integrantes do Cope (Comando de Operações Penitenciárias), a “tropa de elite” da Polícia Penal, a força-tarefa contou com equipes do Bope (Batalhão de Operações Especiais), PRF (Polícia Rodoviária Federal), BPMTran (Batalhão de Polícia Militar de Trânsito) e o helicóptero Harpia, do Grupo de Policiamento Aéreo.

Transferência aos poucos vai levar a novo presídio grupo dos “rejeitados”
Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira, em Campo Grande, que começou a operar hoje (Foto: Marcos Maluf)

O nome dos presos não foi divulgado, nem oficialmente qual o critério para transferência. O Campo Grande News apurou ainda que o próximo transporte deve ser feito mais para a frente, daqui a alguns dias.

Para a ativação da unidade, os servidores da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) receberam treinamento especializado, promovido com o apoio do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), por equipe da Penitenciária Federal de Campo Grande.

A Sejusp confirma a informação de que este é o primeiro presídio do Estado a ser totalmente operacionalizado por policiais penais de carreira, desde a segurança interna à vigilância das muralhas.

“As portas das celas são abertas pelo piso superior – sem contato direto dos servidores com os internos. Todas as tomadas de energia são instaladas no lado de fora das celas e os solários são telados na parte superior, impedindo o arremesso de materiais ilícitos”, detalha nota divulgada pela secretaria nesta manhã.

A estrutura é de concreto usinado, material resistente e que dificulta escavação de buracos ou quebra das paredes. “O presídio conta com 101 celas coletivas e individuais (isolamento), salas de aula, setores administrativos e de assistência psicossocial, ala de saúde, áreas de visita, entre outros espaços”, completa a Sejusp.

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