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Capital

Escolas fazem pesquisas com pais e garantem que 60% vão levar filhos às aulas

Acordo feito entre Prefeitura e Ministério Público prevê retorno gradual a partir do dia 1º de julho, mas com muitas regras

Maressa Mendonça | 10/06/2020 14:45
Escolas fazem pesquisas com pais e garantem que 60% vão levar filhos às aulas
Alunos na escola Amarelinha antes do período de pandemia do coronavírus (Foto: Divulgação)

Após a divulgação do cronograma de volta às aulas em Campo Grande, a partir do dia 1º de julho, os pais começaram a ter dúvidas sobre como as instituições colocarão em prática o plano de biossegurança, especialmente em relação aos bebês e crianças de até 5 anos. As escolas vão adotar medidas gerais como divisão de turmas e disponibilização de álcool em gel, mas há alternativas específicas que incluem até aulas ao ar livre.

Para a diretora da escola de educação infantil e berçário Materna, Ana Luísa Castro é preciso pensar não só na questão da biossegurança, mas no estado emocional das crianças desde o início da pandemia do coronavírus. “Estamos pensando muito a nível sanitário, mas está faltando avaliar questões emocionais”, disse ela, enfatizando as ligações que têm recebido de diversos pais com relatos de mudanças de comportamento dos filhos.

Ela disse que os pais foram consultados sobre o retorno e mais de 60% se mostraram favoráveis. “Vamos continuar com atividades online para os pais que não se sentem seguros em enviar os filhos para a escola. É uma forma das crianças manterem o vínculo”.

Segundo ela, para garantir a reabertura os profissionais serão capacitados, haverá rodízio no refeitório, divisão de turmas e também mudanças nos horários de entrada e saída, mas máscaras nas crianças menores estão fora de cogitação. A regra vale também para os professores de bebês. “Não dá para pensar em coisas impossíveis”, diz.

Ana Luísa acredita que a máscara descaracteriza os professores e para os bebês isso não faz bem. Crianças com menos de três anos também não serão obrigadas a usar o equipamento na escola dela. Além disso não haverá uma cobrança rígida em relação ao distanciamento entre os meninos e meninas. “Não dá para garantir isso e nem é o ideal. As crianças estão sofrendo”, declara.

Para a diretora, pensar apenas na questão sanitária e fazer muitas exigências para as crianças. “É cruel. Aí é melhor ficar em casa”, diz.

Escolas fazem pesquisas com pais e garantem que 60% vão levar filhos às aulas
Após volta às aulas, horário de entrada e saída na escola Materna será reorganizado para evitar aglomerações (Foto: Divulgação)

A diretora da escola Amarelinha, Patrícia Fernandes comentou que após pesquisas com os pais chegou a conclusão que 85% deles são favoráveis ao retorno das aulas presenciais. “Tínhamos um plano de biossegurança montado antes mesmo do fechamento da escola, logo que surgiram as primeiras informações sobre o coronavírus”, lembra.

Patrícia opina que as crianças também correm riscos em casa quando ficam sob o cuidado de babás, por exemplo. “Aqui o ambiente vai ser extremamente monitorado. Os professores estarão de máscaras, as paredes articuladas serão abertas e as crianças vão usar jalecos descartáveis”.

Escolas fazem pesquisas com pais e garantem que 60% vão levar filhos às aulas
Pequenos devem voltar às aulas a partir de julho (Foto: Divulgação/Materna)

Ela acredita que não haverá dificuldades em cuidar dos pequenos porque eles não têm dificuldade em seguir as orientações dos professores. Ainda segundo ela, antes mesmo de retornar os alunos já estão recebendo orientações em vídeo com dicas de higiene como lavar as mãos e usar álcool em gel. Tudo de maneira didática.

Patrícia pensa em fazer capacitação com os pais sobre as medidas de biossegurança e orientar as crianças com mais de 5 anos sobre a importância do uso das máscaras.

Em relação ao bebês, ela explica ser possível controlar distanciamento porque eles ficam no bebê conforto boa parte do tempo.

A diretora da escola Pés nas Nuvens, Deborah de Oliveira comenta que a orientação ainda é que “fiquem em casa”, mas haverá um protocolo de segurança para os que decidirem voltar. “Tomaremos todos os cuidados possíveis com uso de máscara, higienização de sapatos, mochilas e objetos pessoais”.

Para Deborah não será difícil seguir o plano de biossegurança na escola, especialmente porque lá há possibilidade de dar aulas ao ar livre.

O cronograma - Conforme as informações da presidente do Sinep (Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Mato Grosso do Sul), Maria da Glória Paim Barcellos ficou acordado com o Ministério Público Estadual que no dia 1º de julho  poderão retornar às aulas os alunos da Educação Infantil.

A segunda semana do cronograma começa no dia 8 de julho com a volta de parte dos estudantes do Ensino Fundamental, aqueles cursando do 1º ao 5º ano.

Outra etapa do Ensino Fundamental, de alunos do 6º ao 9º ano, devem retomar às aulas presenciais na terceira semana, a partir do dia 15 de julho.

A última semana, que começa no dia 22 de julho será para o retorno dos alunos do Ensino Médio.

A Prefeitura de Campo Grande ainda vai publicar as normas e exigências para permitir a reabertura dos estabelecimentos de ensino particulares.

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