Câmara “devolve” R$ 4,5 milhões para prefeitura pagar merenda e médicos
Sobras do duodécimo foram entregues hoje pelo presidente da Câmara, que anunciou repasse de mais R$ 4 milhões em janeiro

Assim como ocorreu em dezembro do ano passado, a Prefeitura de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, vai usar sobras do duodécimo da Câmara de Vereadores para pagar salários e fornecedores.
Nesta quinta-feira (19), o presidente do Legislativo Alan Guedes (DEM) entregou cheque de R$ 4,5 milhões à prefeita Délia Razuk (PTB) e anunciou que pelo menos outros R$ 4 milhões serão repassados em janeiro de 2020. Neste ano, a prefeitura entregou R$ 24 milhões à Câmara de Dourados. A previsão para o ano que vem é de R$ 29 milhões.
De acordo com a assessoria da Câmara, o dinheiro devolvido não foi utilizado no exercício deste ano. Calculado com base na arrecadação do município, o duodécimo é o repasse mensal feito pela prefeitura à Câmara para custeio de despesas, incluindo salários de servidores e vereadores.
Alan Guedes disse que o dinheiro entregue hoje deve ser usado para pagar entidades conveniadas da educação infantil, Associação de Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul, médicos cardiologistas, fornecedores de merenda escolar e duas empresas construtoras.
“Esperamos que este recurso seja utilizado para o pagamento destas entidades conveniadas e os fornecedores que, inclusive, procuraram a Câmara. Aguardamos que seja empregado para esta finalidade”, afirmou o presidente da Casa.
Alan Guedes disse que a Câmara ainda vai devolver mais R$ 4 milhões da economia do duodécimo, somando R$ 8,5 milhões, maior repasse feito até agora pelo Legislativo. “Antecipamos a entrega de parte desta economia porque a prefeita nos solicitou R$ 4 milhões, porém, após a virada do ano, iremos fazer a devolução de mais uma parte”, explicou.
Délia Razuk agradeceu a Câmara pelo ato: “O duodécimo poderia ser devolvido somente ano que vem, mas a Mesa Diretora e todos os vereadores usaram da sensibilidade e devolveram parte antes do previsto. A Câmara não tem compromisso de fazer a devolução das economias, mas sempre tem sido nossa parceira”, disse a prefeita.
Em crise financeira, o município enfrenta dificuldade para pagar fornecedores e todos os meses adota escalonamento para pagar o salário dos servidores.