Com chafariz clássico, o jardim de Gilsimar encanta os curiosos

Com chapéu de cowboy e simpatia de quem leva a vida com humor, Gilsimar José Aquino, de 61 anos, fez dos pequenos metros do jardim uma verdadeira volta ao passado. O chafariz que dá o tom no gramado é um orgulho adquirido há poucos dias por ele. Quem passa na Rua Kame Takaiassu, no Carandá Bosque, olha curioso para dentro da grade, não só por causa da água caindo da escultura, mas de uma estátua e cadeiras brancas que também compõem o cenário nostálgico.

Uma figura em pessoa, ele mostra que até roda-roda tem ali. O presente é para os netos, que amam estar no ambiente. O projeto, segundo ele, ainda não está terminado, falta pintar cada banco de uma cor.

São poucos metros de jardim que ele cuida com carinho. Tudo ali, ou quase tudo, foi comprado por acaso, enquanto ele passeava por algumas cidades. A mais nova compra custou R$ 1.500 já com o motor. Quem instalou tudo, inclusive fez a base para sustentar a escultura, foi ele mesmo.

O montador de móveis aposentado conta que estava passando por uma rua de Terenos quando deu de cara com as peças feitas por um artista local. Na hora, ele se apaixonou e quis levar para casa.

“Na feira que tem aqui, tinha muita gente que passava e ficava encantada com a fonte. Eu quis assim, com essa pintura antiga, para combinar com a camponesa, que veio primeiro. Ela está aqui desde 1998. Eu tava passeando e vi ele lá na rua, fiquei maravilhado. Parei pra conversar e pedi para fazer pra mim. Eu fiz a base, fiz um quadrado, comprei tampão de fossa e joguei em cima. Vim com tijolinho fazendo acabamento, depois peguei o mármore e a cerâmica. Também cimentei na base.”

A história com a camponesa aconteceu da mesma maneira, anos antes. Ele passeava por Cuiabá, no Mato Grosso, quando encontrou a escultura e resolveu comprar. Gilsimar relembra que foi “paixão à primeira vista”.

“Falei para pessoa fazer uma para mim, pesa bastante. Antes o jardim tinha um pinheiro, mas perdi. De lá pra cá, plantei dois pés de mamão e umas flores. Quero trazer um vaso também. Aprecio a arte de jardim. Minha última peça será um cisne. Nem sei onde vou colocar, mas vai combinar com o resto. Aí acabou, vai estar completo. Ficou chique, todo mundo se encanta com meu jardim.”

A aposentadoria trouxe a liberdade e o tempo que ele tanto queria para se dedicar. Na casa, os dias passam assim e o montador se diverte com as poucas peças: limpa, estuda melhorar e se sente feliz com o que conquistou. Além do que já tem, ele sempre está pensando em melhorar móveis antigos do quintal.

“Eu tinha uma loja de móveis, comprava e vendia novos e usados, e montava eles também e fazia frete. Fazia de tudo. Chegou um ponto que resolvi parar, não adiantava ficar se matando. Falei: ‘Chega! Senão não vive a vida’.”

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