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Sabor

Desespero com goiabadas virou dinheiro para irmãs professoras

Elas viram que geleias, goiabada cascão e até ketchup de goiabada dão retorno, desde que tenha amor na receita

Por Natália Olliver | 20/03/2025 09:30
Desespero com goiabadas virou dinheiro para irmãs professoras
Marluci Alves era professora da primeira infância em Itaporã antes de ser empreendedora (Foto: Juliano Almeida)

O desespero de Marluci Alves, 57 anos, e Maria Alves, 66, se transformou em dinheiro. As duas decidiram plantar goiabas na propriedade onde moram, em Itaporã, e, quando as frutas começaram a aparecer, não faziam ideia do que fazer com elas. Hoje, depois de inúmeros perrengues e negativas, as irmãs afirmam com todas as letras que apostar no simples dá resultado, desde que feito com amor.

Cansadas da rotina escolar, a dupla, que era formada por uma professora da primeira infância e outra do ensino fundamental, resolveu largar de vez a cidade e se mudar para uma chácara na Gleba Santa Terezinha. Lá, a ideia era plantar diversas frutas. Sem a pretensão de se tornarem agricultoras, as coisas começaram a acontecer devagar. Primeiro veio o arroz, depois a soja e o milho. Até melancias já colheram no lugar.

Desespero com goiabadas virou dinheiro para irmãs professoras
Marluci Alves e Maria Alves resolveram plantar goiaba e se surpreenderam com resultado (Foto: Arquivo pessoal)

Mas o que elas não esperavam era que a goiabada mudaria o rumo das coisas e traria a conquista em forma de doce. Depois de alguns meses, as palavras “Doce Conquista” foram usadas para dar nome à marca delas.

“Falaram para a gente que estavam plantando muita goiaba no estado e nos deram mudas. Foi assim, nada pensado ou planejado. Aí plantamos, foi indo, e foi um sacrifício, porque as nossas não eram irrigadas. A gente molhava manualmente, colocava uns tambores grandes. Nessa época, tínhamos mil pés. De dia, enchíamos os tambores de água e, à tarde, molhávamos as árvores com um balde”, lembra Marluci.

O desespero bateu na primeira safra das frutas. Como, no interior, as pessoas não costumam comprar goiabas, apenas pegam do pé, segundo Marluci, o plano de vendê-las nos mercados foi por água abaixo. Foi nesse momento que os vizinhos sugeriram que elas fizessem geleias e goiabada.

Desespero com goiabadas virou dinheiro para irmãs professoras
Geleia de goiaba com gengibre e ketchup sabor goiabada (Foto: Arquivo pessoal)

“A gente dirigia até Dourados para vender. Foi aquele desespero porque não sabíamos o que fazer com tanta goiaba. Naquela coisa de não estragar começamos a fazer doce. A coisa foi crescendo e a gente fazia uma receita que era da minha mãe. Aí construímos uma agroindústria, colhemos e fazemos tudo dentro da propriedade”.

No cardápio das irmãs estão geleia de goiaba com pimenta, goiaba com gengibre, com doce de leite, goiaba com baru e doce de leite e até  ketchup sabor goiaba. O carro chefe é a goiabada cascão. Ela comenta que os ingredientes são apenas goiaba, açúcar e limão. Porém há um item secreto adicionado: amor.

Desespero com goiabadas virou dinheiro para irmãs professoras
Marlucia ama o que faz e se orgulha das frutas que crescem no pé (Foto: Arquivo pessoal)

“A goiabada já levou a gente longe. Hoje não sobrevivem só dela porque sou aposentada, mas grande parte da renda é por causa da goiabada. Eu amo viver disso. Aquele desespero das goiabadas caindo virou dinheiro é coisa que agente não esperava. Achava que iríamos vender só para os amigos dentro do município e agora já fomos em várias cidades e feiras”.

O preço varia de R$ 25 a R$ 32. As goiabadas são apresentadas aos clientes em três embalagens, uma de madeira, com o produto já fracionado, outra no plástico e por último a peça inteira. As geleias são vendidas em potes padrão de 220ml.

Durante a Semana do Artesão, Marlucia vende os produtos no Armazém Cultural. O evento começou nesta quarta e vai até dia 25. A programação completa do evento está disponível neste link.

Desespero com goiabadas virou dinheiro para irmãs professoras
Goiabadas cascão vendidas na Semana do Artesão, no Armazem Cultural (Foto: Juliano Almeida)

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