Bernal “chantageia” empresário para rescindir contrato em troca de dívida
O proprietário da empresa MDR, Mamed Dib, declarou durante depoimento a CPI do Calote que o prefeito Alcides Bernal (PP) afirmou que só pagaria a dívida de R$ 415 mil à empresa, se ele aceitasse rescindir o contrato, que havia sido estendido até janeiro de 2014.
A empresa MDR era responsável pela distribuição de alimentos “secos” aos Ceinfs (Centro de Educação Infantil) CRAS (Centro de Referência e Assistência Social) e abrigos a idosos. Ela tem contrato com a prefeitura desde 2011 e este foi estendido em janeiro de 2013 por mais um ano.
Mamed destacou que assim que o prefeito venceu as eleições, ele o procurou para discutir o contrato, mas só foi atendido 98 dias depois. “Desde o início a relação não foi legal, no dia 29 de janeiro enviei um pedido a prefeitura para que ela requisitasse os alimentos, já que as aulas iriam começar, mas não obtivemos resposta”, destacou ele.
Segundo o empresário, ao invés de requisitar o alimento, o prefeito preferia colocar a culpa no fornecedor, dizendo que este estava atrasando a entrega e que os produtos não eram de qualidade. “Enviei no dia 3 de abril, uma caixa de alimentos ao secretário Ricardo Ballock (Administração) para comprovar a qualidade”.
Ele explicou que ficou os três primeiros meses sem receber, o que gerou uma dívida de R$ 550 mil, porém esta foi paga pela prefeitura. “Fiquei com 40 funcionários com salários atrasados, e fornecedores requisitando pagamento, um transtorno gerado pela prefeitura”, destacou.
Proposta – Mamed destacou que no dia 1 de maio o prefeito o chamou em seu gabinete e pediu para que ele assinasse oito documentos, entre eles a rescisão do contrato, e que caso não aceitasse, a prefeitura não pagaria a dívida com a empresa. “Eu não li todos os documentos, mas aceitei porque queria receber”, afirmou ele.
O vereador Elizeu Dionísio (PSL), relator da CPI, afirmou que irá requisitar a prefeitura a cópia dos documentos que foram assinados pelo empresário. A MDR não recebeu pagamento em abril e maio, o que gerou uma dívida de R$ 415 mil. “Queremos receber o que ele nos deve, esperamos que a CPI possa resolver o caso”, afirmou Mamed.