Campo-grandense duvida que aumento de vereadores não eleve gasto público
A aprovação da modificação na lei orgânica do município que aumenta o número de vereadores de 21 para 29 em Campo Grande não tem repercussão positiva com a população. Embora a Câmara garanta que o aumento de parlamentares não implica em mais gastos, a opinião que vem das ruas acredita que ocorra justamente o contrário.
A aposentada Maria de Lourdes, de 65 anos, não gostou da ideia e afirmou que, ao invés de aumentar, o número de vereadores deveria diminuir. “Os que estão já fazem pouco imagina aumentando. Por isto que falta dinheiro para segurança, saúde, educação”, enumerou.
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Taxista há 28 anos na Capital, Romano Mendes, 50 anos, seguiu a mesma linha. Para ele, oito vereadores a mais na Câmara certamente resultará no aumento de gastos para o município. “Aumentar para não fazerem nada não adianta. É uma piada”, criticou.
Dinheiro público também foi a primeira coisa que veio a cabeça do aposentado Luiz Souza, de 81 anos, ao ser perguntado se concordava com o tema. “Estamos numa época de economizar e não gastar mais”, opinou.
Já Valdomiro Gomes mostrou descrença ao ser questionado sobre um assunto político. “Não voto desde 1982”, admitiu. “Não adianta encher a Câmara. Mas é o povo tem que aprender na hora de votar, não adianta reclamar depois”, frisou.
Keila Simone, de 32 anos, mostrou indignação com o salário dos parlamentares. Para ela, os vereadores têm “alto rendimento e regalias”, em contrapartida com trabalhadores que vivem com um salário mínimo. “É um absurdo. Eles ganham muito e trabalham pouco”, disparou.
Na contramão da maioria, o aposentado Valter Antonio da Paixão, de 67 anos, concordou com o aumento do número de vereadores no legislativo campo-grandense. “Eles estão trabalhando certinho e a população está crescendo. Tem muito vereador bom que não se elege e agora vai ter oportunidade com mais vagas”, declarou.
Alteração - Com a aprovação, a administração terá, na prática, que readequar os mesmos gastos dos 21 vereadores agora com 29. A mudança na Câmara de Campo Grande já passa a ter validade na próxima eleição em 2012.
O aumento do número de vereadores, de acordo com as faixas populacionais de cada município foi determinada pela PEC (Proposta de Emenda Constitucional) dos Vereadores, a PEC 58, que foi aprovada em setembro de 2009.
A proposta previa a retroatividade da validade da lei, porém ao STF (Supremo Tribunal Federal), considerou inconstitucional, os artigos que dariam posse imediata aos suplentes de vereadores, eleitos na última eleição municipal.
Com a alteração em Campo Grande, a Câmara Municipal terá mais vereadores do que deputados, que hoje são 24 na Assembleia.



