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Cidades

O que eles disseram ditou os rumos do combate à pandemia

Frases e ações de integrantes do Executivo, Legislativo, Judiciário e profissionais da saúde influenciaram ações contra a pandemia

Silvia Frias | 30/12/2020 06:29
Secretário Estadual de Saúde, Geraldo Resende e o prefeito Marquinhos Trad: frases de efeito, súplicas e puxões de orelha para conscientizar população (Foto/Arquivo)
Secretário Estadual de Saúde, Geraldo Resende e o prefeito Marquinhos Trad: frases de efeito, súplicas e puxões de orelha para conscientizar população (Foto/Arquivo)

A pandemia da covid-19 mudou qualquer plano de gestão até então traçado pelos governos e prefeituras de todo o País. A adoção de estratégias de combate ao avanço da doença norteou as ações do Executivo e gestores foram desafiados a equilibrar, na mesma balança, saúde pública e economia, o que raramente agradava aos envolvidos na equação.

Abaixo, seguem frases ditas por integrantes do poder público e profissionais da saúde ao longo do ano. São anúncios dos decretos que restringiram ou liberaram setores, justificativas para ações, críticas ao comportamento da população e vários pedidos, quase súplicas para que as medidas restritivas fossem respeitadas.

FEVEREIRO

Batizada pela Organização Mundial da Saúde de COVID-19, a doença provocada pelo coronavírus provoca febre e problemas respiratórios. Até as 12h de hoje, haviam sido registrados 50.580 casos confirmados em todo o planeta. Desse total, a maioria está na China, com 50.024 casos e 1.524 mortes. Os outros dois óbitos foram registrados no Japão e nas Filipinas - a primeira de centenas de reportagens publicadas no Campo Grande News.

“Ao propagar informação incorreta, o canal de comunicação ou pessoa que não é séria está fazendo um desserviço para a saúde pública. O pânico leva ao caos e prejudica organização da assistência aos pacientes” - secretária-adjunta de Estado de Saúde, Christine Maymone, antevendo a avalanche de fake news sobre pandemia.

“Eu conheço a rede de Campo Grande, os médicos, enfermeiros, os agentes comunitários e todos os bairros, e acho que a cidade tem tudo para fazer um bom trabalho nessa situação” - o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

MARÇO

“Será muito difícil conter” - infectologista da Santa Casa de Campo Grande, Priscila Alexandrino. Desde fevereiro, hospital havia estabelecido plano para atender casos suspeitos e confirmados, com treinamento e reforço de material.

Priscila Alexandrino repassa protocolo na Santa Casa (Foto/Arquivo: Kisie Ainoã)
Priscila Alexandrino repassa protocolo na Santa Casa (Foto/Arquivo: Kisie Ainoã)

“É preciso evitar aglomerações, como shows, estádio, igrejas, shopping. Também de ser evitado colocar mão no rosto, na boca, no nariz. Além de manter distância de segurança de outras pessoas, em torno de um metro; nada de beijo, abraço, aperto de mão” - médico Rodrigo Nascimento Coelho, infectologista no HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossian.

“Serenamente, com fé em Deus, e atendendo todas as orientações dos profissionais de saúde envolvidos nesse enfrentamento, estou em casa com a minha família, guardando o período de isolamento” - senador Nelsinho Trad, depois de ter participado de comitiva presidencial aos EUA e ter sido o 2º caso confirmado de covid do grupo.

Ainda não temos transmissão local” - secretário Geraldo Resende, explicando que os dois casos confirmados de covid-19 em Campo Grande eram de pessoas que voltaram de outros estados: uma jovem de 23 anos do Rio de Janeiro e homem de 31 que teve contato com infectado em São Paulo

Não vamos agir no imediatismo”, - governador do Estado, Reinaldo Azambuja, falando sobre manutenção das aulas nas escolas estaduais e atendimento nos órgãos públicos.

"Considerando a necessidade de ampliação das medidas de prevenção do contágio da doença COVID-19 e as recomendações do Centro de Operações de Emergência (...)" – justificativa do governo do Estado para suspender as aulas por 15 dias, um dia depois da declaração de Azambuja.

Marquinhos Trad e o procurador do Município, Alexandre Ávalos (Foto/Reprodução)
Marquinhos Trad e o procurador do Município, Alexandre Ávalos (Foto/Reprodução)

Por favor, pessoas acima dos 60, 65 anos, fiquem nas suas casas, não saiam às ruas!" - prefeito Marquinhos Trad, em transmissão online, ao anunciar o decreto de emergência em Campo Grande.

“O brasileiro tem mania de abraçar e tocar. É difícil, para nós, cumprimentar sem usar as mãos. Já trabalhei no Rio de Janeiro num surto de dengue há 10 anos e na epidemia de H1N1. Nada se compara com o que estamos vivendo agora” - médico pediatra Raphael Bigatão, que trabalha na Santa Casa e HU (Hospital Universitário).

“Imagina que a probabilidade, aqui na nossa cidade, seja 1%” necessitando de tratamento intensivo, serão 9.150 pessoas. Quem que vai ocupar esses leitos? Quem tem nome e sobrenome. A verdade é essa” - alertou o prefeito Marquinhos Trad.

“O período de confinamento no lar é um grande gatilho para a violência doméstica” - avaliou a a juíza Helena Alice Machado Coelho, a coordenadora da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJMS, perspectiva que acabou se confirmando ao longo do ano.

"Toda a equipe multiprofissional busca cotidianamente referências científicas e comprovadas para proporcionar o tratamento mais eficaz para a população” - diretora-presidente do HRMS (Hospital Regional), Rosana Leite de Melo, ao divulgar o início do uso, em caráter experimental, da hidroxicloroquina na instituição.

Nelsinho Trad, em sessão remota (Foto/Divulgação)
Nelsinho Trad, em sessão remota (Foto/Divulgação)

“Dengue é fichinha! Quem teve covid-19 nunca vai esquecer” - senador Nelsinho Trad, depois de ficar 18 dias em isolamento, por conta da doença.

“Aqui fazemos mais um apelo, fiquem em casa, é o melhor caminho, o melhor remédio para que tenhamos tudo sob controle” - Geraldo Resende, depois da divulgação da primeira morte de covid em MS, ocorrida em Batayporã.

ABRIL

“A transmissibilidade do vírus é muito grande, independente das condições ambientais” -infectologista Mariana Crodda, derrubando mito de que o vírus da covid-19 poderia não sobreviver aos calor dos trópicos.

"Não é afrouxamento. Quem pensava isso, vai cair do cavalo. Vamos ter regras...Dados atuais mostram 360 mortes no Brasil " - aviso do prefeito Marquinhos Trad sobre liberação da quarentena.

Campo Grande em época de quarentena, ruas vazias no combate à pandemia (Foto/Arquivo)
Campo Grande em época de quarentena, ruas vazias no combate à pandemia (Foto/Arquivo)

“Agora estamos no inicio do problema. Não se trata de ser alarmista, mas sim atentar para uma realidade que vai acontecer. As pessoas precisam lembrar que vai ser preciso passar por isso. Não tem saída” - titular da Semadur, Luiz Eduardo Costa, ao comentar fiscalização no retorno do comércio

“Apresentando o projeto de respeito à vida, biossegurança, assinado por um profissional, poderá retomar até no dia seguinte” - Marquinhos Trad sobre reabertura de shoppigs, feiras e salões de beleza, que ficaram de fora da etapa inicial de reabertura

“Vamos continuar. O nosso inimigo tem nome e sobrenome: Covid-19. Médico não abandona paciente” - Mandetta, sobre noticias de que sairia do Ministério da Saúde

"Os dados de hoje, infelizmente, já refletem o relaxamento das medidas de isolamento social. Com esse crescimento, a curva já está sendo considerada uma curva exponencial" - secretária-adjunta de Saúde do Estado, Christine Maymone, sobre as 8 confirmações da doença, em prazo de 24 horas.

“Temos estoque de 40 mil doses e estamos com a ata pronta para, se necessário, adquirir mais (...) “Quando a gente antecipa algo que possa vir, os impactos e consequências são menores. Estamos nos precavendo" - Marquinhos Trad sobre a compra de hidroxicloroquina.

Setor de teleatendimento oferecido pela Sesau (Foto/Arquivo: Henrique Kawaminami)
Setor de teleatendimento oferecido pela Sesau (Foto/Arquivo: Henrique Kawaminami)

“As pessoas estão bastante carentes de ficar conversando mesmo. Elas ficam preocupadas se pegaram realmente o coronavírus” - Eliana Dalla Nora Franco, superintendente de Relações Institucionais da Sesau, sobre teleatendimento, iniciado havia 10 dias.

“Estamos iniciando hoje o chamado drive-thru para aumentar a testagem em Mato Grosso do Sul. Vamos verificar como está se comportando a covid-19 no Estado” -  secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende. De acordo com ele, o estoque era de oito mil testes.

“Haja caixão e cemitério” - MarquinhosTrad fazendo previsão sobre as consequências do uso político da pandemia.

“É preciso reforçar a importância do isolamento, de ficar em casa. Ainda mais com a confirmação de transmissão comunitária” - coordenador da Defesa Civil estadual, Fábio Catarinelli.

"Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde” - Mandetta, ao anunciar o que estava sendo ventilado há dias.

Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

“Foi um divórcio consensual” - presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre demissão de Mandetta.

“A doença chegou à população mais pobres no nosso Estado”-  Geraldo Resende, ao avaliar os índices de internação de pacientes infectados pela covid-19 em MS.

“As aulas só voltam após o Ministro da Saúde nos recomendar. Fora isso, tudo é especulação” - Marquinhos Trad.

Governador Reinaldo Azambuja, em entrevista ao Campo Grande News (Foto/Arquivo)
Governador Reinaldo Azambuja, em entrevista ao Campo Grande News (Foto/Arquivo)

“Há uma preocupação muito grande porque nada andou dos projetos de apoio aos estados e municípios, e essa briga da Câmara, Senado e governo federal está empurrando os estados para uma situação de extrema dificuldade” - governador Reinaldo Azambuja, sobre  risco econômico.

“Convidei toda a cidade para que, de joelhos, possamos, com humildade e arrependimento, pedir perdão a Deus. Para que ele possa curar a nossa terra. Deus, ouça nossas preces. Cura, sara a nossa cidade” - Marquinhos Trad, convocando população para oração.

MAIO

“Não é apenas um número” - Marquinhos Trad, sobre a 3ª morte registrada em Campo Grande por covid, a do dentista Patrocínio Magno Portocarrero.

“Para quem tem arritmia cardíaca, o uso pode causar infarto e no Brasil, temos um número grande de pessoas que tem essa patologia”, presidente do CRF (Conselho Regional de Farmácia) em MS, Flávio Shinzato sobre o polêmico uso da hidroxicloroquina, que teve consumo elevado em 107% em MS

“É certo é que o vírus não faz distinção de gênero, raça, etnia, classe social, entre outros marcadores sociais, contudo, os efeitos destrutivos do distanciamento físico e da quarentena efetivamente são maiores entre as mulheres"-  juíza Helena Alice Machado Coelho, responsável pela Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar em MS. O número de mortes aumentou, mas busca por ajuda caiu.

''Mesmo que cada um tenha o seu direito de ir e vir, quando estamos enfrentando uma pandemia, o direito coletivo é que passa a prevalecer'' - comandante da Guarda Civil Metropolitana, Anderson Gonzaga, ao incentivar que população denuncie quem não usa máscara.

“Sejam criativos, usem todos os instrumentais que a internet nos possibilita hoje. Certamente ela vai estranhar, então mostre seu amor pra sua mãe. Daqui algum tempo vamos ter a possibilidade de abraçar” - Geraldo Resende, sobre Dia das Mães.

“Além de regiões próximas de capitais, (...) há diversas regiões (por exemplo, porção sul do Mato Grosso do Sul (...)), todas com significativas concentrações de população indígena, que se mostram com elevada probabilidade de ocorrência da epidemia” - Relatório da Fiocruz sobre alto risco de covid entre indígenas em Campo Grande e sul de MS.

Decreto obriga uso de máscara em repartições (Foto/Arquivo)
Decreto obriga uso de máscara em repartições (Foto/Arquivo)

 “Achava que não precisava baixar um decreto para isso, pois seria o óbvio” -   Marquinhos Trad, sobre necessidade de baixar decreto obrigando ao uso de máscara em repartições públicas.

Força SUS. Ciência. Paciência. Fé!” - Mandetta, sobre a saída de Nelson Teich do Ministério da Saúde.

“Agora deve ser uma das 5 cidades com maior incidência no Brasil. “Nosso inimigo é muito forte, perigoso, ardiloso e altamente contagioso” - secretário Geraldo Resende.

“Mato Grosso do Sul explodiu às custas do Interior. Vivemos no momento três surtos, a partir de casos importados de outros estados que disseminaram a doença”- infectologista Julio Croda.

“Cada macaco no seu galho, os médicos são treinados para salvar vidas, agora autoridade jurídica querendo ditar uso de medicamentos" - Geraldo Resende, sobre protocolo do Ministério da Saúde que libera uso da hidroxicloroquina contra covid.

“Se ele [médico] prescrever uso, Campo Grande vai usar sim e disponibilizar” - Marquinhos Trad, sobre uso de cloroquina.

“Sabemos que o senhor o senhor está sofrendo pressão e também estamos sofrendo pressão, mas todos temos de dar uma cota de sacrifício” -  governado Reinaldo Azambuja, em conferência com presidente Jair Bolsonaro com pedido de apoio.

“Quem entrar a gente vai abordar com informações, de onde vem, o que está fazendo em Campo Grande” -  titular da Segov (Secretaria de Governo e Relações Institucionais) Antônio Lacerda, explicando o funcionamento das barreiras sanitárias em Campo Grande.

 “Setor prioritário em MS” - governador Reinaldo Azambuja, falando sobre setor de Saúde, que iria receber grande parte do aporte de R$ 1,1 bilhão repassado pela União à MS.

JUNHO

“Até concurso de miss, eu fiquei sabendo que teve" - Geraldo Resende, criticando desrespeito ao isolamento e distanciamento social.

Meninas produzidas para o concurso de Miss Baby (Foto/Reprodução)
Meninas produzidas para o concurso de Miss Baby (Foto/Reprodução)

“Alguns que ainda estão internados podem vir a falecer nos próximos dias. Nesta semana ou na outra. Já que a média de internações é de 15 dias. Então, é aí que a gente vai ver a real letalidade. A partir desse aumento de casos importantes que aconteceram nessas últimas duas semanas a gente vai ver o impacto disto “ - infectologista Júlio Croda.

“Os dados de hoje vão apresentar esta mudança. A Capital deixa de ser a cidade com mais casos. Dourados passa a ser o epicentro da doença do Estado” - adiantou o secretário de Saúde, Geraldo Resende.

Rodoviária de Campo Grande voltou a ser fechada (Foto/Arquivo)
Rodoviária de Campo Grande voltou a ser fechada (Foto/Arquivo)

“Não nos resta alternativa. Campo Grande teve, em 24 horas, 5 casos confirmados, enquanto Dourados, teve 33 positivos, e Vicentina, teve 13. Olha, a Capital, com quase 930 mil habitantes, já testou positivo 317 pessoas. Dourados, quase 5 vezes menos que Campo Grande, já tem testados positivos 339 seres humanos. Guia Lopes, tem 234” - prefeito Marquinhos Trad ao anunciar o fechamento da Rodoviária, de novo.

“É esperar para ver; Mato Grosso do Sul não tem a densidade populacional de São Paulo ou de algumas cidades de Manaus, por exemplo, mas também não tem realizado testes em larga escala, o que pode conferir esse status de menos casos no País. No entanto, nosso período mais crítico ainda está por vir” - infectologista da Fiocruz, Rivaldo Venâncio.

São pessoas que se infectaram porque foram ao salão de beleza, ao dentista, ou ao shopping, por exemplo. Pegaram sem ser por necessidade de trabalhar e isso é o pior” - infectologista Mariana Croda, ao falar sobre o grupo mais afetado pela covid, os que têm de 20 a 39 anos.

“Espera essa semana, que vai zerar a fila e aí vai estourar" - infectologista Julio Croda.

"O momento é de extrema cautela e preocupação, momento bastante delicado. Devemos tomar o devido cuidado e agir” - secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica (Segov), Eduardo Riedel, sobre uso obrigatório de máscara em todo o Estado.

Leitos no Hospital de Campanha para pacientes com covid (Foto: Henrique Kawminami)
Leitos no Hospital de Campanha para pacientes com covid (Foto: Henrique Kawminami)

“Montamos todos os leitos e, a partir de agora, me parece que já chegamos nesse ponto crítico. A gente está acionando o hospital. É essa definição. Nós vamos ativar os leitos e a partir de amanhã o hospital já começar a atender” - Geraldo Resende, ao anunciar a ativação do Hospital de Campanha.

 “Não há necessidade por enquanto” - prefeito Marquinhos Trad, desmentindo lockdown em Campo Grande.

JULHO

“Ainda é precoce, não tem indicação das sociedades científicas para uso; pode ser possível? Sim, mas os estudos ainda estão acontecendo, não se pode recorrer ao medo, ao desespero” - infectologista Priscila Alexandrino, sobre  Ivermectina, o vermífugo que havia se tornado a nova coqueluche do tratamento contra covid.

Vermífugo que passou a integrar o "kit covid" (Foto/Arquivo: Paulo Francis)
Vermífugo que passou a integrar o "kit covid" (Foto/Arquivo: Paulo Francis)

“O mundo enfrenta uma guerra contra a pandemia de covid-19” - médico Sandro Benites, ao defender o uso do vermífugo.

“O Estado está caminhando a passos largos a um colapso de rede assistencial”- infectologista Rivaldo Venâncio.

“O dia é triste, de recorde de mortes desde o início da pandemia. Quem acompanha as nossas lives sabe, pode observar o número expressivo que tem ocorrido nas últimas semanas, mas hoje é tudo muito maior” - Geraldo Resende, ao comentar dia que Estado chegou a 16 mortes em 24h.

“Está na hora do poder público pedir medidas mais rígidas de isolamento”- diretora do Hospital Regional, Rosana Leite. Hospital estava com 70 leitos ocupados.

Jair Bolsonaro citou repasse de comprimidos  em entrevista (Foto/Reprodução)
Jair Bolsonaro citou repasse de comprimidos  em entrevista (Foto/Reprodução)

“O prefeito Trad, junto com um deputado estadual, fez um apelo pela hidroxicloroquina, que não tinha lá. Levamos ao conhecimento da Saúde e hoje chega um carregamento para atender a população”- presidente  da República, Jair Bolsonaro, falando sobre envio de 10 mil comprimidos de hidroxicloroquina.

“Pedimos que até domingo o horário de funcionamento seja até às 23h, assim dá tempo de todos organizarem os estoques e o afastamento dos funcionários. Entendemos a necessidade de uma restrição mas severa, mas o principal agravante é a falta de um aviso com antecedência da medida” - presidente da Abrasel, Juliano Wertheimer, pedido prazo para início do novo toque de recolher, a partir das 20h.

Não tem como” - resposta de Marquinhos Trad, sobre o pedido da Abrasel.

Mandetta em live para a Câmara (Foto/Reprodução)
Mandetta em live para a Câmara (Foto/Reprodução)

“A primeira cidade a cair foi Manaus, o vírus não negociou com ninguém que quis ficar na frente dele. O presidente falou que era uma gripezinha e estamos aí batendo quase 70 mil mortes. É como se caíssem 5 aviões todo dia na nossa cabeça e a gente falasse: será que vai chegar aqui? Eu ainda vejo em Campo Grande gente pensando: ‘eu acho que aqui não vai ter" - ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em live para Câmara Municipal.

"Há indícios de expansão acelerada do contágio da covid-19 entre seus membros e alegação de insuficiência das ações promovidas pela União para sua contenção” - ministro do STF, Luís Roberto Barroso, que determinou que governo federal adotasse medidas para conter a covid-19 nas aldeias.

“Índice crescente de infectados em Campo Grande POR FAVOR fiquem em casa. DENUNCIE festas ou aglomerações. LIGUE 156” -  aviso enviado pela Defesa Civil.

“Haverá medidas restritivas, mas não com fechamento de bares e restaurantes, não com fechamento dos shoppings” -  Marquinhos Trad, deixando claro que não instituiria lockdown. Medidas  foram anunciadas no dia 15.

 “Não sei mais o que fazer” - Marquinhos Trad, ao criticar baixo índice de isolamento.

Geraldo Resende e Christine Maymone em live do governo (Foto/Reprodução)
Geraldo Resende e Christine Maymone em live do governo (Foto/Reprodução)

"Muitos, apesar dos decretos, estão levando a vida normal, não cumprem toque de recolher, frequentam bares e botecos, enchendo a caraminhola de cachaça e sofrendo acidentes" - Geraldo Resende e a lotação de UTIs.

“Esse vírus é traiçoeiro. Até hoje, com altos e baixos (o tal ioiô), dei conta de ficar em casa isolado, mas o negócio deu uma desandada nos meus exames e sintomas, com perda rápida de peso e muito cansaço. Não deu outra: baixei hospital!” - ex-senador Delcídio do Amaral, que também descobriu ter contraído dengue.

Infectologista Julio Croda (dir) em live do governo (Foto/Reprodução)
Infectologista Julio Croda (dir) em live do governo (Foto/Reprodução)

 "Na minha opinião técnica, já na semana que vem vamos ver paciente morrendo por falta de leitos de UTI em Campo Grande" - infectologista Julio Croda, ao comentar necessidade de lockdown.

“Onde contamina mais? É nos bairros, nas cachaçadas da vida e nas festas que estão fazendo. Com isto que o prefeito deveria se preocupar e não com o comércio em si”, presidente do SEC (Sindicato dos Empregados do Comércio de Campo Grande), Carlos Sérgio dos Santos.

AGOSTO

“Sou super a favor da lei seca.  A gente observa a sociedade e percebe que precisa mesmo de uma fiscalização mais intensa. Não acredito que o lockdown seria tão eficiente. Precisamos mesmo de uma fiscalização ostensiva nas ruas, nos supermercados, nas lojas. Culturalmente falando, lockdown não ia funcionar no nosso país” - diretora do Hospital Regional, Rosana Leite.

Prefeito Marquinhos Trad, em reunião sobre pandemia (Foto/Arquivo)
Prefeito Marquinhos Trad, em reunião sobre pandemia (Foto/Arquivo)

“E sou contra o lockdown” - prefeito Marquinhos Trad, ao comentar a ação protocolada pela Defensoria Pública de MS, que pedia bloqueio total de atividades não essenciais.

"Não acreditamos na judicialização extrema e generalizada como ferramenta de solução. A hora que a gente achar que a caneta de um magistrado pode resolver essa situação, provavelmente a covid está dando um passo adiante” - titular da Secretaria de Governo, Eduardo Riedel

“Fez parte do planejamento. Mas nos deparamos com outra realidade. Nos preparamos para pacientes de baixa complexidade com o Hospital de Campanha, mas o que tem ocorrido é uma demanda grande de alta complexidade” - diretora do HR, Rosana Leite, sobre desativação do Hospital de Campanha, considerado subutilizado.

Defensor público-geral Fábio Rombi, em reunião no Fórum (Foto/Arquivo: Marcos Maluf)
Defensor público-geral Fábio Rombi, em reunião no Fórum (Foto/Arquivo: Marcos Maluf)

O município tem se esforçado para ampliar os leitos de UTI, mas a doença tem crescido em uma velocidade maior. Vai chegar um momento que essa conta não vai fechar”- Defensor público-geral de MS , Fábio Rombi, justificando pedido de lockdown.

"A prefeitura sustentou com dados técnicos, que não seria necessário e nem adequado para o momento a adoção do lockdown” - procurador-geral do Município Alexandre Ávalo, explicando como chegou-se acordo para suspender ação da Defensoria Pública, que pedia fechamento das atividades.

"Fato notório é que quando há consumo de bebida alcoólica as pessoas tendem a permanecer mais tempo nos estabelecimentos comerciais ou mesmo reunidas nas vias públicas” - nota da Defensoria Pública, antecipando argumento de decreto que instituiu “mini Lei Seca” por 5 dias.

SETEMBRO

"A vida de deputado federal e de pré-candidato à prefeitura, mesmo com todos os cuidados necessários, me deixa mais exposto” - deputado federal Dagoberto Nogueira, então candidato à prefeitura de Campo Grande, anunciando infecção por covid, em plena campanha eleitoral.

“A gente está torcendo para que a partir de janeiro [a vacina] poderá estar à disposição, seja de Oxford, seja da China, Rússia, da Alemanha" - secretário Geraldo Resende, lamentado a suspensão da temporária dos testes da vacina contra covid-19 pela Universidade de Oxford.

"Nós já explicamos os preços. O livre mercado permite isso. O consumo de alimentos aumentou no mundo e o preço do dólar alto, foi muito melhor para as arrozeiras, por exemplo, vender arroz para fora”- presidente da Amas (Associação Sul-Mato-Grossense de Supermercados), Edmilson Verati, explicando o aumento do preço de arroz, que passou dos R$ 24.

Preço do arroz foi às alturas, passando dos R$ 24 em Campo Grande (Foto/Arquivo: Henrique Kawaminami)
Preço do arroz foi às alturas, passando dos R$ 24 em Campo Grande (Foto/Arquivo: Henrique Kawaminami)

"Não podemos nos conformar com a perda de 15 sul-mato-grossenses todos os dia" - comentou a secretária-adjunta da SES (Secretaria Estadual de Saúde), ChristianneMaymone.

"Após permanecer em quarentena por conta do diagnóstico da Covid-19, retomo hoje as atividades presenciais no Governo do Estado. Agradeço a todas as orações e mensagens enviadas durante o período. Que Deus abençoe cada um de vocês!" - governador Reinaldo Azambuja, após 11 dias de afastamento.

OUTUBRO

“A gente colhe aquilo que a gente planta” - Geraldo Resende, ao avaliar alta dos casos de covid após os feriados de setembro: no total, MS chegou a 1.376 mortes pela doença e 72.546 casos confirmados, com taxa de letalidade de 1,9%.

“Com o aval dos números, da taxa de ocupação de leitos, a partir de hoje já não temos mais o toque de recolher em Campo Grande” - Marquinhos Trad.

“A pessoa pega a doença na rua e leva pra casa. Por isso, a orientação correta talvez seja 'não leve para a casa', já que não adianta uma pessoa ficar em casa, tomar todos os cuidados e os demais não”- infectologista Mariana Croda. Pesquisa indica que 83% das infecções por covid acontecem entre familiares e dentro de casa.

Secretário Municipal de Saúde, José Mauro Filho (Foto/Arquivo)
Secretário Municipal de Saúde, José Mauro Filho (Foto/Arquivo)

“No Brasil temos um processo eleitoral que infelizmente ocorre no meio da pandemia e esse foi um encaminhamento tomado pelo Governo Federal, que prorrogou as eleições, mas não suspendeu. Isso atrapalha na questão da doença” - secretário Municipal de Saude, José Mauro Filho.

NOVEMBRO

“A gente vem diminuindo número de pessoas internadas, diminuindo os casos graves da doença, mas não diminuindo os casos da doença” - secretária adjunta em Saúde, Christine Maymone, ao comentar boletim com 5 mortes e 543 novos infectados em 24h em MS.

“Estamos isolados, mas estamos tranquilos” - ex-governador Zeca do PT, sobre estado de saúde dele e da esposa, Gilda, infectados pela covid-19.

"Acho que essas brigas de lá ou de cá não interessa. Qualquer vacina que for aprovada pela Anvisa, não interessa de onde venha, ela é bem vinda no Mato Grosso do Sul. Não escolho patente de laboratório e nem nacionalidade da vacina”-  governador Reinaldo Azambuja.

“Não podemos apresentar uma ação apenas, chegou a hora de discutir com os municípios sobre medidas mais restritivas, como atividades nas cidades, novo toque de recolher e barreiras sanitárias, temos que fazer esta conversa" - secretário Geraldo Resende, após alta de casos.

“Diria que é um pico. Já havia essa previsão, principalmente por dois motivos: eleições e festas noturnas”, Marquinhos Trad, anunciado a segunda onda da covid-19 em Campo Grande. O toque de recolher voltou a ser adotado.

Deputado federal Fábio Trad, ao deixar hospital (Foto/Reprodução)
Deputado federal Fábio Trad, ao deixar hospital (Foto/Reprodução)

Em dois dias, o vírus me reduziu à insignificância. Afinal, o que importa? - do deputado federal Fábio Trad, após se recuperar da covid-19, com 20 dias de internação.

DEZEMBRO

“Agora é importante a população se organizar para comprar. Evitar lojas mais cheias, horários de muito movimento. Quem já recebeu o 13º pode inclusive ir adiantando as compras. É momento de realmente ter consciência” - presidente da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande, Roberto Oshiro sobre novo horário do toque de recolher, das 22h às 5h.

Representantes do setor de festas e eventos em frente à prefeitura (Foto/Arquivo)
Representantes do setor de festas e eventos em frente à prefeitura (Foto/Arquivo)

“Nunca houve qualquer proibição de se realizar os eventos. O decreto apenas estabeleceu parâmetros e regras que o setor deve seguir. O objetivo deste e dos decretos anteriores, é levar segurança para aqueles que irão participar destes eventos, evitando assim o contágio e propagação da Covid-19” -  do secretário Luís Eduardo Costa.

“Independente de Bolsonaro, Doria, Reinaldo, já entrei em contato com o governo de São Paulo e disse que tenho interesse” - Marquinhos Trad sobre futura compra de 200 mil doses da Coronavac.

 "Estamos próximos ao colapso da saúde. Além dos leitos, precisamos de comprometimento da população” - promotora Filomena Fluminhan, que cobrou reabertura de leitos de UTIs para pacientes de covid.

"E não adianta dizer que está indo para casa e não ir. Nossas equipes têm rádio e as informações são compartilhadas entre todas as equipes. Pedimos o bom senso porque quanto menos pessoas se locomovendo pra lá e pra cá, menos o vírus se dissemina” - alerta do secretário municipal de segurança pública, Valério Azambuja sobre fiscalização do toque de recolher.

O momento é de medidas mais restritivas, estamos operando no limite da capacidade do Sistema Único de Saúde. O foco é evitar mais mortes” - governador Reinaldo Azambuja, sobre prorrogação até dia 9 de janeiro do toque de recolher.

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